A União
Africana divulgou na última quarta-feira, 5 de fevereiro, o texto
de uma importante decisão aprovada por sua XXII Sessão da
Conferência de Chefes de Estado e de Governo, encerrada dia 31 de
janeiro, em Adis Abeba, Etiópia. Nela os líderes africanos firmam
seus compromissos para erradicar a fome na África até o ano de
2025. (Foto: Lula
discursa durante a 22ª Conferência da União Africana - crédito:
Divulgação/AU)
A decisão tem extremo significado para o continente que, apesar de
passar por um intenso processo de desenvolvimento econômico neste
século XXI, ainda convive com cerca de um quarto da população, de
mais de um bilhão de habitantes, em situação de insegurança
alimentar. Ao se unirem agora com este mesmo objetivo, os
representantes dos 54 Estados-Membros da União Africana reafirmam
os desejos de integrar o continente na direção de uma maior justiça
social, exatamente neste ano que definiram como ano da “Agricultura
e da Segurança Alimentar”.
A resolução da União Africana é particularmente especial para o
Instituto Lula, pois foi adotada a partir do relatório oficial que
lhe foi encaminhado pela “Reunião de Alto Nível sobre a Parceria
Renovada para Abordagens Unificadas para Erradicar a Fome na África
até 2025 no Âmbito do Programa Compreensivo Para o Desenvolvimento
da Agricultura na África (CAADP)”.
O fórum aprovou uma Declaração Final que indica diretrizes para o
combate pela erradicação da fome na África até 2025 e um Roteiro de
Atividades, a determinar as ações concretas a serem executadas com
esse fim. Aprovou também a formação de dois organismos dirigentes
deste processo, o Comitê Diretivo e o Comitê Técnico, formados por
representantes da União Africana, da Organização das Nações Unidas
para Alimentação e Agricultura (FAO), da Nova Parceria para o
Desenvolvimento da África (NEPAD) e do Instituto Lula.
Inclusão dos pobres
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou, no último
sábado, 1 º de fevereiro, pela segunda vez durante o encontro de
alto nível sobre segurança. Lula enfatizou a necessidade de incluir
os pobres no orçamento público dos países. “As pessoas que estão
com fome muitas vezes não estão organizadas, não fazem parte de
sindicatos, não tem força para fazer uma passeata e não tem sequer
como dizer que estão com fome. Se o Estado não cuidar dessas
pessoas, o orçamento será todo direcionado a setores da sociedade
que estão organizados. Por isso, o governo precisa colocar no
orçamento a parte destinada aos pobres. Se isso não for feito, o
problema da fome não será resolvido nem hoje, nem em 2025 e nem
nunca”, destacou o ex-presidente.
Lula falou para uma plateia formada por quinze chefes de estado de
países africanos, ex-presidentes e ex-primeiros ministros,
ministros, acadêmicos e membros da sociedade civil africanos e
internacionais. Ao lado do ex-presidente estavam o
primeiro-ministro da Etiópia, Hailemariam Desalegn, a presidenta da
União Africana, Dlamini-Zuma, e o diretor geral da FAO, José
Graziano. O ex-presidente aproveitou a oportunidade e agradeceu o
apoio dos países africanos nas eleições de José Graziano, como
diretor-geral da FAO e de Roberto Azevedo, como diretor-geral da
Organização Mundial do Comércio.
Brasil, referência mundial
Segundo o diretor-geral da FAO, José Graziano, as políticas
públicas brasileiras contra a fome têm se destacado mundialmente.
“O Brasil é referência mundial no combate à fome e à miséria. E o
país não tem se negado à responsabilidade de compartilhar seu
conhecimento”, destacou.
Graziano e outros representantes da FAO no Brasil e de autoridades
brasileiras, latino-americanas e africanas se reuniram em um
seminário em Brasília na quarta-feira, 5 de fevereiro, para
celebrar o Ano Internacional da Agricultura Familiar e os 10 anos
do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). A iniciativa foi
criada em 2003 para ampliar o mercado para os pequenos agricultores
brasileiros, cujos produtos são vendidos em associações,
prefeituras e outras instituições credenciadas ao projeto para
garantir renda e melhores condições de vida.
O PAA tem sido adotado por países da América Latina e da África,
cujos representantes estavam presentes no seminário para debater e
trocar as experiências do programa em suas respectivas regiões. “O
modelo brasileiro tem demonstrando bastante eficácia em outros
países. Esperamos que essas inciativas contribuam de forma exemplar
no combate à fome, que ainda atinge 842 milhões de pessoas em todo
o mundo”, afirmou o representante da FAO no Brasil, Alan
Bojanic.
Leia a íntegra da Decisão da XXII Conferência da União
Africana:
DECISÃO SOBRE O RELATÓRIO DA REUNIÃO DE ALTO NÍVEL SOBRE A REUNIÃO
DE ALTO NÍVEL SOBRE A PARCERIA RENOVADA PARA ABORDAGENS UNIFICADAS
PARA ERRADICAR A FOME NA ÁFRICA ATÉ 2025 NO ÂMBITO DO PROGRAMA
COMPREENSIVO PARA O DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA NA ÁFRICA
(CAADP)
Doc. EX.CL/812(XXIV)
O Conselho Executivo,
1. TOMA NOTA do Relatório da Reunião de Alto Nível sobre Parcerias
que visam Erradicar a Fome na África, que foi realizada no dia 29
de junho de 2013, em Adis Abeba, Etiópia; e SUBSCREVE a “Declaração
da Reunião de Alto Nível para a Erradicação da Fome na África até o
ano 2025”;
2. FELICITA a Comissão, a Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e a Agricultura (FAO) e o Instituto Lula, do Brasil,
por seus esforços colaborativos na bem-sucedida organização da
Reunião de Alto Nível;
3. EXORTA Estados-Membros a se comprometerem e trabalharem para
alcançar a visão de uma África livre da fome até 2025, efetivando a
Declaração de Maputo, de julho de 2003, relativa à Agricultura e
Segurança Alimentar;
4. SOLICITA à Comissão, FAO e Instituto Lula a continuarem a
trabalhar juntos para apoiar os Estados-Membros nos seus esforços
para alcançar a visão de uma África livre da fome até 2025;
5. SOLICITA à Comissão e NPCA para integrar esta visão e estratégia
dentro dos quadros de planejamento, monitoramento e relatoria do
CAADP;
6. SOLICITA aos parceiros para intensificar o seu apoio técnico e
financeiro para materializar esta visão;
7. INCENTIVA os Estados-Membros a investir na juventude, a fim de
permitir-lhes contribuir de forma efetiva para a transformação
agrícola.
Redação com Instituto
Lula e ONU Brasil
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