A
Procuradoria do Ministério Público Federal (MPF) apresentou à
justiça na última 6ª feira, cinco anos depois de terem sido
iniciadas as investigações, a primeira denúncia (acusação
formal) contra 12 dos investigados no escândalo do pagamento
de propina pela multinacional Alstom a executivos de estatais
paulistas, agentes públicos e políticos do PSDB na compra de
equipamentos para subestações de energia da Empresa Paulista de
Transmissão de Energia (EPTE). (Foto: Vincent
Kessler/Reuters)
A apresentação da denúncia foi revelada no sábado sábado, 1º de
fevereiro, pelo jornal “O Estado de S. Paulo”. A
multinacional francesa é acusada de ter pago propina de R$ 23,3
milhões entre 1998 e 2003, nos governos tucanos de Mário Covas e
Geraldo Alckmin. Com isto teria evitado uma concorrência pública e
alijado outras empresas do negócio, o que lhe rendeu contratos de
R$ 181,3 milhões (valores atualizados). Se a ação for
acolhida pela Justiça, os 12 se tornarão réus num processo
criminal.
A Alstom pagou o suborno para que a EPTE usasse um contrato de 1983
para comprar as subestações 15 anos depois, em 1998, o que era
completamente ilegal. Segundo a lei de licitações, o contrato de
1983 tinha validade só por cinco anos e, portanto, tinha caducado
em 1988, o que obrigava a EPTE a fazer uma nova licitação
para a compra.
Os acusados
De acordo com o Estadão, o ex-presidente da EPTE e atual prefeito
da Cidade Universitária da USP, José Sidnei Colombo Martini, e um
ex-diretor da empresa, Celso Sebastião Cerchiari, são denunciados
por corrupção passiva. Eles são acusados de terem recebido cerca de
R$ 4 milhões para fazer a compra sem licitação.
José Geraldo Villas Boas, ex-presidente da CESP, também foi
denunciado por lavagem de dinheiro – é acusado de receber pela
prestação de consultoria, mas não comprovou os serviços
prestados. Um ex-diretor financeiro da Alstom, Thierry
Charles Lopes de Arias, e o ex-presidente da CEGELEC (comprada pela
Alstom), Jônio Foigel, foram denunciados por corrupção ativa
e lavagem de dinheiro.
Daniel Huet e Jean Pierre Courtadon, dois ex-diretores da Alstom,
foram denunciados por lavagem de dinheiro. Sabino Indelicato, que
foi sócio de Robson Marinho, chefe da Casa Civil no início do
governo Covas e agora conselheiro do Tribunal de Contas do Estado
(TCE-SP), foi acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
A denúncia da Procuradoria diz que Marinho recebeu US$ 953.690 em
uma conta na Suíça – ele sempre negou ter conta bancária naquele
país. A propina, de acordo com os procuradores, foi paga
“para que o Tribunal de Contas aprovasse a inexibilidade de
licitação”. Marinho não está incluído na acusação porque, como
conselheiro do TCE, tem foro privilegiado e está sob investigação
no Supremo Tribunal Federal (STF).
Corredores que falam
A Alstom continua sem se manifestar. O advogado Pedro Iokoi,
defensor de José Sidnei Colombo Martini e Celso Cerchiari, diz não
poder se manifestar porque ainda não teve acesso à denúncia. O
advogado Celso Vilardi, de Robson Marinho, garante que seu cliente
jamais julgou processo relativo ao relativo ao contrato da EPTE com
a Alstom. Os advogados dos outros denunciados não foram localizados
pelos jornais.
Nesta segunda-feira, 3 de fevereiro, o mesmo Estadão traz
reportagem na qual afirma que o ex-diretor da EPTE, Gerson Kozma,
afirmou em depoimento à Polícia Federal (PF) ter ouvido nos
corredores da empresa que a Alstom pagava propina para o presidente
da estatal, os diretores técnico e financeiro e para funcionários –
não especificou a quantos. Os acusados negam. O depoimento deste
ex-diretor foi decisivo para a denúncia das 12 pessoas, apresentada
6ª feira pelo MPF.Outro executivo da multinacional havia dito
em depoimento ter ouvido as mesmas histórias nos corredores.
A revista VEJA desta semana faz também, com chamada de capa, texto
sobre o que ela denomina de “manual da propina da Alstom”. Os nomes
dos quatro políticos que aparecem neste escândalo, todos
integrantes ou aliados do governo Geraldo Alckmin e com
direito a foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF) por
serem deputados federais, aparecem somente no penúltimo parágrafo.
Sem nenhuma menção ao governador.
Os quatro são o chefe da Casa Civil de Alckmin, Edson Aparecido
(PSDB); o secretário de Energia, José Aníbal (PSDB); o
secretário de Desenvolvimento, Rodrigo Garcia (DEM); e o quarto
deputado, Arnaldo Jardim (PPS-SP).
Com informações do
Blog do Zé Dirceu
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