O Sindicato
Nacional dos Aeronautas (SNA) e a Associação Brasileira de Pilotos
da Aviação Civil (ABRAPAC) divularam na terça-feira, 7 de janeiro,
nota de repúdio à declaração da ministra da Casa Civil, Gleise
Hoffmann. (Foto: Beto
Barata/AE) No dia 5 de janeiro, a ministra disse ao
jornal Folha de S. Paulo que cogita abrir o mercado doméstico de
aviação civil para empresas aéreas internacionais durante a
realização da Copa do Mundo. Essa medida, segundo Gleise, coibiria
aumentos abusivos praticados pelas companhias nacionais.
O SNA e a ABRAPAC afirmaram que veem a declaração como algo
preocupante e listaram vários aspectos que justificam esta
preocupação. Confira a seguir:
Comprometimento irremediável da saúde das companhias aéreas
nacionais
Uma mudança tão radical, feita de forma apressada, como paliativo
para uma situação específica, pode agravar ainda mais a já
combalida saúde financeira das companhias aéreas nacionais, que são
vítimas de alta carga tributária, preços exorbitantes de
combustível e movimentações deletérias das taxas de câmbio. Em vez
de solução, a abertura de nossos céus pode, sim, ser o golpe fatal
no setor aéreo nacional.
Ameaças à segurança de voo
Uma medida como essa demanda uma cuidadosa preparação técnica,
visando à manutenção da segurança de voo. Pilotos de outros países
já enfrentam dificuldades de comunicação com torres de nossos
aeroportos nos voos internacionais. O que esperar caso o número de
aviões de companhias estrangeiras aumente e eles passem a utilizar
aeroportos que hoje atendem apenas aos voos de empresas nacionais?
Isso é um grande contrassenso, visto que a ANAC só legitima o
trabalho de pilotos que tenham obtido certificação de proficiência
em língua inglesa aqui no Brasil, de acordo com os critérios e
provas da própria Agência.
Ineficiência da fiscalização
É de conhecimento amplo a ineficiência da ANAC em cobrar das
empresas nacionais o cumprimento das regras de Aviação Civil, seja
por falta de mão de obra, seja por inadequação de processos
internos de trabalho. O que dizer então das empresas estrangeiras,
que mal conhecem nossos regulamentos? Quem garantirá que elas atuem
de acordo com todas as normas legais, fiscais e técnicas? Uma
abertura precipitada e emergencial de mercado como a proposta pela
ministra pode transformar rapidamente nossos céus em “terra sem
lei”.
Efeitos ilusórios na queda de tarifas
Os custos operacionais da aviação civil no Brasil certamente
impedirão que as companhias aéreas estrangeiras apliquem tarifas
realmente baixas. E mais: é ilusão acreditar que tais empresas se
disponham a entrar em um processo tão complexo de operação visando
baixa margem de lucro, apenas para “ajudar o Brasil”. Pode haver
até uma redução inicial, como forma de conquistar mercado. Mas, uma
vez que o consumidor migre das companhias nacionais para as de
fora, é certeiro o reajuste de preços de passagens para níveis
possivelmente maiores que os atuais. Um caminho sem volta.
Aumento do desemprego no setor
Nos últimos dois anos, demissões frequentes de pilotos, comissários
e funcionários de outros setores de nossas companhias aéreas
criaram uma grave situação trabalhista e humana no seio dessas
categorias. A entrada, mesmo que temporária, de companhias
estrangeiras em nosso mercado só agravaria esse cenário. A
responsabilidade do Governo do Brasil é para com os profissionais
brasileiros, e não o contrário.
Por estas e muitas outras razões, a abertura repentina de nosso
mercado aéreo representaria um enorme retrocesso, um grande erro
estratégico e uma ameaça à segurança dos que viajam de avião em
nosso país. Esperamos que tal medida seja extinta do rol de
possibilidades aventadas pelo governo.
CNTT/CUT com
informações do Sindicato Nacional dos
Aeronautas
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