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Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou nesta quarta-feira, 18,
por unanimidade, a proposta de Brasil e Alemanha que estende à
Internet o direito à privacidade já previsto na Declaração
Internacional dos Direitos Humanos. A proposta, inicialmente apenas
brasileira, começou a ser desenhada depois das revelações de Eduard
Snowden, ex-técnico de uma firma que prestava serviços à Agência
Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês), de que os EUA
espionavam governos, cidadãos e empresas de países, aliados ou não,
e que o Brasil era um de seus alvos preferenciais.
A ideia não é punir o descumprimento, mas garante peso político de
um texto apoiado por todos os 193 países que compõem a ONU,
inclusive o seu principal alvo, os EUA.
A resolução conclama os Estados-membros da ONU a respeitar e
assegurar o respeito à privacidade e determina que os cidadãos não
podem "ser submetidos a ingerências arbitrárias ou ilegais em sua
vida privada, em sua família, em seu domicílio ou em sua
correspondência".
Reconhece que o exercício do direito à privacidade é importante
para a realização do direito à liberdade de expressão e está na
base das sociedades democráticas e ainda exige que os países
revejam seus procedimentos e seus conceitos de segurança.
Discurso
A proposta se seguiu a um discurso duro feito pela presidente Dilma
Rousseff na abertura da Assembleia Geral, em setembro. (Foto: Roberto Stuckert
Filho/PR) De acordo com documentos vazados por Snowden
, comunicações de Dilma, de seus assessores e da Petrobras foram
interceptados pela NSA.
Desde o discurso de Dilma, as denúncias de que os EUA espionaram
dezenas de líderes só aumentaram, incluindo a informação de que o
celular da chanceler alemã, Angela Merkel, estaria grampeado desde
2002, e de que os emails do ex-presidente do México Felipe Calderón
foram acessados.
O texto final teve que ser negociado e terminou sendo menos duro do
que pretendia inicialmente o Brasil, mas obteve assim a anuência de
todos os membros das Nações Unidas. Até mesmo os EUA se
comprometeram a não barrar sua aprovação, em troca de terem
suavizadas as acusações contra suas ações ilegais de
espionagem..
O texto traz para a internet o que já determina o Pacto
Internacional de Direitos Civis e Políticos, um dos três
instrumentos que compõem a Carta Internacional dos Direitos
Humanos. Criado em 1966, o pacto diz que "ninguém será objeto de
ingerências arbitrárias ou ilegais na sua vida privada, na sua
família, no seu domicílio ou na sua correspondência, nem de ataques
ilegais à sua honra e reputação" e acrescenta que quem sofrer esse
tipo de ingerência terá que estar protegido pela lei.
A resolução ainda diz que os países devem "revisar procedimentos,
práticas e legislações sobre vigilância extraterritorial de
comunicações privadas e interceptações de dados de cidadãos em
jurisdições estrangeiras" e que, apesar das preocupações com
segurança nacional e atividades criminosas justificarem o
levantamento e a proteção de algumas informações mais sensíveis,
"os Estados devem assegurar o pleno cumprimento de suas obrigações
no âmbito do direito internacional dos direitos humanos".
Itamaraty comemora
Em nota, o Itamaraty comemorou a aprovação do projeto por consenso
e demonstrou grande satisfação" pela decisão da Assembleia Geral
das Nações Unidas que aprovou, por unanimidade, o projeto de
resolução O Direito à Privacidade na Era Digital, apresentado por
Brasil e Alemanha como reação às denúncias de espionagem
internacional praticada pelos Estados Unidos em meios eletrônicos e
digitais. "A aprovação do documento pelo consenso dos 193
Estados-membros das Nações Unidas demonstra o reconhecimento, pela
comunidade internacional, de princípios universais defendidos pelo
Brasil, como a proteção do direito à privacidade e à liberdade de
expressão, especialmente contra ações extraterritoriais de Estados
em matéria de coleta de dados e monitoramento", diz a nota.
Para o Ministério das Relações Exteriores, a decisão da Assembleia
Geral da ONU demonstra o reconhecimento, pela comunidade
internacional, de princípios universais defendidos pelo Brasil,
como a proteção do direito à privacidade e à liberdade de
expressão.
Com informações do PT
no Senado e agências
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