Campanha Salarial: FENTAC/CUT anuncia paralisação nos aeroportos no dia 20

Bancada patronal oferece apenas reposição da inflação, sindicatos cutistas lutam por aumento real.

Publicação: 11/12/2013

Terminou sem avanço a quinta rodada de negociação da Campanha Salarial da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (FENTAC/CUT) com o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), ocorrida na quarta-feira, dia 11, na sede da entidade patronal no Rio. (foto: rodada de negociação no SNEA - crédito: Sindicato Nacional dos Aeroviários)
O SNEA, representado por Odilon Junqueira, manteve tom “arrogante” na negociação e ofereceu à FENTAC, que representa os sindicatos dos aeroviários e aeronautas, reajuste salarial de 5,6% (reposição da inflação medida pelo INPC da data-base das categorias, 1º de dezembro) para os salários até R$ 10 mil.
Para o presidente da Federação, Celso Klafke, a proposta do SNEA é um desrespeito. “Deixamos claro que as nossas assembleias aprovaram aumento real nos salários, ou seja 8% de reajuste. O valor proposto pelo SNEA não nos contempla”, frisa.
A FENTAC também reprovou as propostas patronais de R$ 560 para salários acima de R$ 10 mil, 7% nos pisos e vale alimentação de R$ 294 para salários até 3.248,01. O presidente do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos (Sindigru/CUT), Orisson Melo, trabalhador na TAM, acompanhou a rodada.
A negociação com a bancada patronal das companhias aéreas,por enquanto, está suspensa.

Assembleias gerais e paralisação
A FENTAC-CUT orientou os sindicatos filiados dos aeroviários de Guarulhos, Porto Alegre, Recife, o Sindicato Nacional dos Aeroviários e o Sindicato Nacional dos Aeronautas a convocarem assembleias gerais nas bases na próxima sexta-feira, dia 13, para rejeitar a proposta patronal do SNEA.
No dia 17, aeroviários e aeronautas organização atos nos aeroportos para reivindicar aumento real nos salários e melhores condições de trabalho (itens previstos na pauta de reivindicações ver abaixo).
A FENTAC informa que a greve geral na base da entidade está prevista para o dia 20 (sexta-feira), caso a bancada patronal das companhias aéreas não avance na pauta de reivindicações das categorias.

Conheça as reivindicações das categorias
Aeroviários
- Reajuste de 8% sobre os salários;
- Reajustes nos pisos salariais para: auxiliares de serviços gerais e de manutenção de aeronaves; agente de proteção; operador de equipamento; mecânico de manutenção de aeronaves e despachante/agente de check in/aeroporto;
- Vale refeição R$ 16,66 para os aeroviários com jornada de trabalho de até 06 horas, e de R$ 22,72 para os demais;
-Seguro de vida: total ou parcial, no valor de R$ 20.000,00;
- Cesta básica de R$ 334,42;
- Jornada de trabalho de 36 horas semanais, exceto para os aeroviários que laborem em funções administrativas, que neste caso será de 40 horas semanais;
- Prorrogação da licença maternidade para 60 dias;
- Creche e/ou escola de educação infantil para filhos de aeroviários e aeroviárias.

Aeronautas - Aviação Regular
- Reajuste de 8% sobre os salários;
- Reajustes nos pisos salariais para: Comissário de Voo, no valor de um salário mínimo Dieese (R$2.285,47); Mecânico e Voo, no valor de 1,5 salário mínimo Dieese e Pilotos, valor de dois salários mínimos Dieese.
- Diárias de alimentação de 64,00;
- Cesta básica no valor de R$ 335,00 em forma de vale alimentação;
- Seguro de vida total e parcial no valor de R$ 20.000,00;
- Tempo de solo remunerado no mesmo valor da hora de voo quando ultrapassar uma hora;
- Jornada semanal de 44 horas;
- Garantia de creches para filhos de aeronautas.

Aeronautas e aeroviários - Táxi Aéreo
- Reajuste de 8% sobre os salários;
- Reajustes nos pisos salariais para: Comandante bi-motor, no valor de dois salários mínimos Dieese; Comandante mono-motor, no valor de 1,5 salário mínimo Dieese; Co-pilotos, no valor de 1,25 salários mínimos Dieese e Comissário, valor e um salário mínimo Dieese.
- Diárias de alimentação de 64,00;
- Cesta básica no valor de R$ 335,00 em forma de vale alimentação;
- Seguro de vida no valor de R$ 20.000,00;
- Tempo de deslocamento terrestre remunerado no mesmo valor da hora de voo quando ultrapassar 30 minutos;
- Prorrogação da licença maternidade para 180 dias.

Viviane Barbosa, editora do Portal da CNTT/SP

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