A CUT e as demais centrais
sindicais ocuparam as ruas do Centro de São Paulo na terça, 12,
para exigir o fim do fator previdenciário. Trabalhadores e
trabalhadoras em passeata saíram da Praça da Sé rumo ao Viaduto
Santa Ifigênia, onde fizeram um ato em frente à Superintendência da
Previdência em SP.
Para Sérgio Nobre, secretário-geral da CUT
nacional, o dia 12 foi vitorioso. “Aqui em São Paulo o ato está bem
expressivo, mostrando a força das centrais sindicais. Agora, a
agenda continua”, disse, citando a tabela do Imposto de Renda (IR)
e a manifestação que será realizada em Brasília, no próximo dia 26,
contra o aumento da taxa de juros. “Enquanto não houver
alternativas, vamos continuar na rua. Não vamos parar até termos um
retorno por parte do governo”.
O presidente nacional da CUT, Vagner
Freitas, está no Rio, onde participa do ato realizado pela CUT-RJ,
programado para o final da tarde. A CUT e demais centrais
organizaram atos e protestos em quase todas as capitais do País. Os
protestos ocorreram desde as primeiras horas da madrugada, como em
Minas Gerais – onde os manifestantes bloquearam rodovia- , Paraná,
Pará e Sergipe. Outros estados como Pernambuco e Ceará
também marcaram atos para a parte da
tarde
Herança
ruim
A classe trabalhadora luta contra o fato
previdenciário desde as gestões Fernando Henrique Cardoso, que
criou e instituiu o mecanismo. “No governo Lula, houve iniciativas.
Um processo de negociação estava tentou chegar a uma alternativa,
que era o fator 85/95. Mas a proposta não avançou”, afirma Sérgio
Nobre. “Estamos sempre abertos à negociação, mas, agora, defendemos
o fim do fator previdenciário. Não mais o 85/95 ou outra forma, mas
o fim, pelo malefício que traz à população”, completou o
secretário-geral da CUT.
Para Sérgio Nobre, é importante lembrar
que, ao mesmo tempo em que o governo, com o fator, sinaliza que é
preciso trabalhar por mais tempo, o mercado de trabalho discrimina
quem está acima de 40 anos. Aí, afirma, reside um dos motivos de o
fator ser uma injustiça: se exige que o trabalhador trabalhe com
idade avançada, mas o mercado não absorve a
demanda.
“O fator pega uma fatia importante dos
trabalhadores que querem e precisam se aposentar. Tem projetos no
Congresso Nacional sobre esse tema, tem partidos debatendo, as
centrais. O que precisamos agora é de uma mesa nacional para
resolver a situação”, explica.
Já Expedito Solaney, secretário nacional de
Políticas Sociais da CUT, atenta para outros tipos de prejuízo
trazidos pelo fator previdenciário. Quando foi criado, em 1999, a
intenção alegada era segurar os pedidos por aposentadoria e aliviar
a Previdência. Mas o efeito conseguido foi justamente o contrário.
Quando percebiam o quão prejudicial era o fator, os trabalhadores
começaram a antecipar os pedidos e a procurar novos empregos para
complemento de renda. “A consequência é a falta de emprego para os
jovens, que não encontram espaço no mercado de trabalho, além do
prejuízo para o próprio aposentado, em termos financeiros e de
saúde”, afirma Solaney.
Para o secretário-geral da CUT-SP,
Sebastião Cardozo, o Tião, quando se observa a questão econômica do
País, é percebido um grande crescimento e, consequentemente, uma
grande arrecadação. “O que é preciso é o governo assumir sua
responsabilidade em relação à Previdência. É preciso alternativa no
lugar do fator, já”, afirmou, lembrando que o governo assumiu
compromisso com as centrais para rediscutir o
tema.
Segundo o dirigente da CUT-SP, o fator leva
em conta a expectativa de sobrevida do trabalhador. Com as novas
tecnologias e o avanço da ciência, esse índice tende a aumentar e
as aposentadorias ficam mais difíceis de
conseguir.
Quando questionado sobre o argumento de
falta de verba para arcar com o aumento dos gastos públicos causado
pelo corte do fator previdenciário, o secretário-geral da CUT
nacional, Sérgio Nobre, lembra que “o governo, quando interessa,
encontra alternativa de financiamento”.
Para Rafael Marques, presidente do
Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, é importante lidar com a
informação de que há uma parte do governo preocupada com a
previdência. “Mas não quer dizer que não podemos progredir. Nós
podemos! Precisamos de uma negociação perene, que realmente
aconteça. Não vejo que isso tenha acontecido”,
disse.
O dirigente do ABC destacou, ainda,
acreditar em um processo de construção do debate. “Essas
mobilizações, de março, de agosto, de hoje são partes da construção
e do fortalecimento de nossa agenda. Precisamos fortalecer a pauta.
É uma disputa dentro do governo e é importantíssimo que haja a
união das centrais sindicais, até porque são parte daqueles que tem
transformado o Brasil para melhor”, lembra.
Impacto
social
Lembrando que o fator pode diminuir em até
30% o valor de aposentadoria dos homens e em 45% a das mulheres,
Sônia Auxiliadora, secretária de Mulheres da CUT-SP, afirmou,
durante o ato, que o fator previdenciário é prejudicial a toda a
classe trabalhadora, mas tem especial impacto nas trabalhadoras.
“Em períodos de crise econômica, por exemplo, mesmo tendo
renda média inferior à média dos homens, elas são as que mais
sofrem com rotatividade de emprego”, declara Sônia. E, por não ter
políticas públicas de valorização das mulheres e mesmo pela opção
que muitas fazem, de ficar com a família, é frequente o número de
mulheres que se aposentam por idade. “Todos os trabalhadores são
prejudicados por esta forma de aposentadoria, mas as mulheres são
ainda mais”, enfatiza.
Imposto de
renda
Outra pauta forte trabalhada em São Paulo é
a reconstrução da tabela de imposto de renda. Para Sérgio Nobre, a
tabela atual tem uma variação de faixa pequena, com taxas altas
para quem tem salário baixo e taxas baixas para quem tem altas
rendas. É preciso a construção de uma tabela progressiva. “Nós não
queremos apenas a correção da tabela atual. Queremos uma nova
tabela, que seja progressiva, que cobre mais de quem ganha mais e
menos de quem ganha menos”, afirma Nobre.
Alta dos
juros
No próximo 26 de novembro, as centrais
sindicais se manifestarão em conjunto novamente, desta vez em
Brasília, pela redução dos juros. A data e o local foram escolhidos
porque é quando ocorre a reunião do Comitê de Política Monetária
(Copom), que decide sobre o tema.
Sérgio Nobre esclarece a preocupação com os
juros. “Aumentar taxa de juros é transferir renda da produção para
a especulação, para o sistema financeiro. E com isso nós não
concordamos. No dia 26, temos o compromisso de mais de 20 mil
trabalhadores em Brasília. Queremos mais dinheiro no bolso do
trabalhador, para que ele possa consumir mais. Consumindo mais, a
indústria produz mais e gerará mais emprego. Esse é o caminho do
crescimento. Isso que o Lula nos ensinou nesses últimos anos”,
finaliza.
Com informações da CUT
Nacional
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