O presidente Lula não cumprirá algumas de suas mais importantes promessas de campanha. Esse prognóstico não é fruto de desalento automático com as coisas da política, mas parte da avaliação de que o limitador de gastos com a folha do funcionalismo federal, proposta pelo PAC, é um equívoco estratégico que vai inviabilizar projetos que o próprio governo considera importantes.
Se a folha total do funcionalismo crescer todo o ano apenas 1,5% mais a inflação, como previsto no projeto de lei complementar 001/07, esse aumento vai ser suficiente para cobrir o crescimento vegetativo das despesas – salários atuais mais eventuais promoções, anuênios, aposentados. Não será possível contratar novos trabalhadores.
A medida que parte dos trabalhadores públicos federais ingressarem na aposentadoria, nos próximos anos, suas vagas não serão preenchidas por outros trabalhadores concursados. À medida que o governo federal iniciar novas obras, muitas previstas no próprio PAC, não haverá contratação de mais trabalhadores. Não podemos esquecer que o limitador previsto no projeto deve durar dez anos. E então?
É fácil imaginar alguns efeitos resultantes do descompasso entre esse aspecto mofino do PAC e as pretensões de aceleração do crescimento que o próprio plano tem.
Não devemos esquecer que não serão apenas obras previstas pelo PAC que sofrerão reveses. Outros projetos ficarão à mercê da falta de investimentos em recursos humanos. Alguns deles bastante caros ao presidente, a julgar por suas declarações. As escolas técnicas federais, a serem construídas nas cidades-pólo, não terão professores para dar aulas. Os prédios ficarão vazios. E o plano de somente empregar professores públicos para desenvolver as ações do programa Brasil Alfabetizado, como se concretizará, se hoje mesmo o número de profissionais é insuficiente?
Enquanto, acertadamente, o governo federal acena com maior envolvimento direto do Estado (com “e” maiúsculo) no desenvolvimento do país, confunde-se ao imaginar que poderá fazê-lo ao mesmo tempo em que engessa os investimentos na mão-de-obra que se mostrará necessária. Devemos destacar também que as contratações de terceirizados não representa solução a esse problema.
Mas ainda há tempo de corrigir essa contradição. Presidente, ouça o movimento sindical. Quando os trabalhadores públicos reivindicam, não estão pensando apenas no seu próprio umbigo, como alguns de seus adversários alegam.
Fonte: Artur Henrique, presidente da CUT Nacional
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
Redação CNTTL
Mídia Consulte Comunicação &Marketing
Editora e Assessora de Imprensa: Viviane Barbosa MTB 28121
WhatsApp: 55 + (11) 9+6948-7450
Assessoria de Tecnologia da Informação e Website: Egberto Lima
E-mail: viviane@midiaconsulte.com
Redação: jornalismo@midiaconsulte.com
Siga a CNTTL nas redes sociais:
www.facebook.com/cnttloficial
www.twitter.com/cnttloficial
www.youtube.com/cnttl
Mídia
Canal CNTTL