A CUT realiza nesta quarta-feira, dia 30,
uma mobilização nacional em Brasília em defesa do PLP 321/2013 –
Saúde +10, pela Regulamentação da Convenção 151 da OIT (Organização
Internacional do Trabalho) e contra o PLP 92/2007 – Fundações
Estatais. A concentração para as atividades que acontecerão ao
longo do dia será às 7 horas na Esplanada dos Ministérios
(programação completa abaixo).
Antiga reivindicação do funcionalismo, a
Convenção 151 da OIT estabelece o direito à negociação coletiva nas
esferas nacional, estadual e municipal e aguarda o aval do governo
para ser regulamentada.
Em março deste ano, após uma marcha das
centrais sindicais que reuniu 50 mil pessoas na capital federal, a
presidenta Dilma Rousseff assinou um decreto no qual se compromete
a ratificar a Convenção 151. “A aprovação pelo Congresso Nacional
em 2010 e o decreto da presidência são alguns dos avanços
conquistados pela luta, mas, até o momento, pareceu ser apenas uma
satisfação do país junto à OIT, já que havia se prontificado a
regulamentar a Convenção ainda em 2011”, contestou Pedro Armengol,
secretário nacional adjunto de Relações do Trabalho da CUT,
coordenador do ramo do serviço público na CUT e secretário de
Finanças da Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço
Público Federal).
Segundo Armengol, a ratificação da
Convenção evitaria possíveis conflitos, como os ocorridos na greve
do ano passado que durou mais de 60 dias. Na oportunidade, o
governo mostrou total inabilidade e autoritarismo ao editar um
decreto para a substituição dos servidores grevistas e dificultar
as negociações. “Nossa mobilização conseguiu romper com a política
macroeconômica que afirmava não haver margem para negociar. No
final, a própria intervenção da Central, na figura do presidente
Vagner Freitas, acabou por destravar a negociação e rompeu com a
lógica restritiva, arrancando 15% de reajuste dividido em três
anos”, recordou o secretário.
Mesas de
negociação
Em algumas localidades, os servidores
públicos já conquistaram mesas de negociação que têm proporcionado
melhorias significativas nas condições de trabalho e no atendimento
à população.
Mas esta não é a regra geral, destaca
Vilani Oliveira, presidenta da Confetam/CUT (Confederação dos
Trabalhadores no Serviço Público Municipal). Ela relata que na
esfera municipal a maioria dos prefeitos se recusa em estabelecer
um processo de negociação com os servidores. “Nossa alternativa é
partir para a greve, que deveria ser utilizada como último
instrumento de pressão, para facilitar e cobrar o recebimento da
nossa categoria. Em todas as campanhas salariais, mobilizações,
atos, audiências públicas, ressaltamos a importância da
regulamentação imediata da Convenção 151”, pontuou
Vilani.
Não às Fundações Estatais – Outro eixo é a
luta contrao PLP 92/2007, cujo texto dispõe sobre a criação de
Fundações Estatais de Direito Privado para gerenciar nove áreas do
serviço público, incluindo a saúde.
Em resumo, seria a privatização destes
serviços, já que, se aprovado, possibilitará a transferência de
recursos públicos ao setor privado, além de ir à contramão do
controle social, da qualidade do serviço prestado à população e da
valorização dos trabalhadores. “É uma lógica totalmente
mercadológica, onde o Estado injetará recursos públicos em
estruturas privadas. Temos exemplos no Maranhão, em São Paulo, que
demonstram a precariedade do serviço ofertado à população, pois
essas empresas estão preocupadas apenas com o lucro. Não é assim
que conseguiremos melhorar o serviço público”, disse
Armengol.
Maria Godói Faria, secretária-geral adjunta
da CUT Nacional, expressou sua preocupação quanto à tramitação do
Projeto. Enviado pelo Poder Executivo ao Congresso Nacional em
julho de 2007, o PLP está para ser votado pela Câmara dos
Deputados. “Por isso é fundamental intensificarmos nossa pressão
sobre os parlamentares para tirarmos de pauta este projeto”,
ressaltou.
Mais ataques - Na Comissão Mista de
Consolidação de Leis e Dispositivos Constitucionais criada para
analisar a legislação federal e regulamentar a Constituição reside
mais uma ameaça aos servidores públicos.
Direito de
greve
O senador Romero Jucá (PMDB/RR) apresentou
em setembro um anteprojeto sobre o direito de greve no serviço
público que prevê uma série de restrições, como a suspensão do
pagamento dos salários nos dias não trabalhados, determina que ao
menos 50% dos servidores públicos terão de continuar trabalhando
independentemente do setor que atuem e obriga a comunicação com 30
dias de antecedência sobre a paralisação.
O anteprojeto atropela todo o debate que
vem sendo travado no âmbito do Executivo, sem contar que em momento
algum se propôs a ouvir o Conselho de Relações Trabalho
(tripartite) e as representações dos trabalhadores. “É o
Legislativo intervindo e tratando somente da greve e da pior forma
possível. Atrapalha a negociação já existente. Vamos solicitar uma
reunião com o senador Romero Jucá e com o deputado federal Cândido
Vaccarezza (que preside a Comissão Mista) para dizer que já existe
um processo de negociação em andamento”, relatou
Armengol.
Em 2012, as centrais sindicais (CUT, Força
Sindical, UGT, CTB, Nova Central e CGTB) debateram intensamente o
projeto de regulamentação da negociação coletiva e o do direito de
greve no serviço publico e chegaram a uma proposta de consenso, a
qual já foi apresentada aos Ministérios do Planejamento, do
Trabalho e Secretaria Geral da Presidência.
Saúde+10: mais recursos para a
saúde
O governo declarou que pretende destinar
15% da receita corrente líquida da União para a área da saúde, mas
a reivindicação da sociedade, no PLP 321/2013 - Saúde + 10, é que
sejam investidos 10% das receitas correntes brutas (e não
“líquidas”) da União para a saúde, o que significa um volume maior
de recursos.
O PLP 321/2013 – Saúde + 10 é um projeto de
lei de iniciativa popular e foi protocolado na Câmara em agosto
deste ano após reunir mais de dois milhões de
assinaturas.
“Agora precisamos da pressão popular para
que o Projeto tramite em regime de urgência no Congresso Nacional”,
assinalou Junéia Martins, secretária nacional de Saúde do
Trabalhador da CUT.
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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