A CUT e as
demais centrais sindicais ocuparam a Avenida Paulista, em frente à
sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na
manhã desta terça-feira (6), para chamar a atenção da população ao
Projeto de Lei (PL) 4330/2004, da terceirização.
Cerca de três mil trabalhadores dentre os quais metalúrgicos,
bancários, químicos, professores e profissionais da saúde
participaram da mobilização da CUT em frente à sede da Federação
das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na terça-feira, dia
6 de agosto. O protesto chamou a atenção da população ao Projeto de
Lei (PL) 4330/2004, da terceirização, e pressionou o governo a
atender as reivindicações da classe trabalhadora contrária ao PL
que, sob a justificativa de regulamentar, permite a terceirização
na atividade-fim, a principal da empresa, a qual poderá funcionar
sem nenhum contratado direto.
Com o prédio da Fiesp fechado, uma performance teatral organizada
pela CUT/SP com personagens representando patrões e operários teve
público garantido ao realizar a via crucis da CLT (Consolidação das
Leis do Trabalho) que, neste ano, completa 70 anos. Atrás da cena,
uma faixa dava o recado da classe trabalhadora aos empresários:
“não mexa nos meus direitos”.
De autoria do deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO), o PL
praticamente extingue a responsabilidade solidária, na qual a
tomadora de serviços não precisará quitar com suas obrigações
trabalhistas, caso não sejam cumpridas pela terceirizada.
Pressão por resposta
A luta de classes colocada em cena na Paulista faz parte da
conjuntura política vivida no Brasil. Segundo o secretário-geral da
CUT, Sérgio Nobre, o interesse do empresariado e do Governo é pela
terceirização. “A nossa preocupação agora é estabelecer o limite
para a negociação”, afirma o dirigente que faz parte da mesa de
negociação quadripartite – centrais, governo, parlamentares e
empresários – em Brasília.
De acordo com Nobre, este é o momento de pressionar os deputados
para que a votação prevista para o dia 14 deste mês seja adiada. “A
batalha está travada no Congresso Nacional porque a terceirização
vem junto com a retirada de direitos, o que põe em risco o emprego
dos trabalhadores da cidade e do campo, seja o setor público ou
privado. Por isso, esta deve ser uma luta de toda a sociedade”,
afirma.
Para o presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas, o nefasto PL
4330 é uma clara tentativa de a classe empresarial legalizar a
interposição fraudulenta da mão de obra com o propósito de
precarizar ainda mais os postos de trabalho e diminuir os custos.
“Se o projeto for colocado em votação no dia 14 de agosto, a classe
trabalhadora vai ocupar Brasília”, enfatizou o dirigente, frente ao
aval do relator do texto na Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania, o deputado Arthur Maia (PMDB-BA), para que a medida seja
votada na próxima semana.
Segundo o presidente da CUT/SP, Adi dos Santos Lima, o local
realizado para o ato, em frente à Fiesp, “foi escolhido porque são
os empresários que financiam a maioria dos deputados em Brasília e
fazem lobby contra os interesses da classe trabalhadora. Não
podemos esquecer também da nossa luta contra o fator
previdenciário, pela valorização das aposentadorias e redução da
jornada”, acrescentou o dirigente.
Secretário de Relações de Trabalho da CUT/SP e presidente do
Sindicato dos Psicólogos de São Paulo (SinPsi), Rogério Giannini
afirma que mais de 1/4 da força de trabalho brasileira é
terceirizada no país. "As pesquisas indicam que onde existe
terceirização há maior rotatividade, menores salários e maiores
acidentes de trabalho. Sabemos de situações em que o terceirizado
sequer tem refeitório ou férias. Não podemos permitir uma medida
que deixe a CLT de lado".
De acordo com o secretário-adjunto de Relações Internacionais da
CUT, Artur Henrique “a proposta da Central é de que a terceirização
só possa ser feita em vagas de trabalho que não sejam a
atividade-fim da empresa e que sejam negociadas com os sindicatos”,
afirma.
Ao se referir aos 513 deputados federais, dos quais cerca de 400
são financiados pelo empresariado, o presidente da CUT Nacional
defendeu também a imediata aprovação da reforma política para
garantir maior participação popular na política. “Exemplo são os
próprios deputados Arthur Maia e Sandro Mabel, que ou são
empresários ou são financiados pelo empresariado”.
Dia Nacional de Mobilização
No dia 30 de agosto, a CUT reforçará a defesa pelas bandeiras dos
trabalhadores/as, em paralisação envolvendo todos os estados do
Brasil. A Central cobra que o governo brasileiro responda
imediatamente às reivindicações que estão paradas nos ministérios e
no Congresso Nacional.
Para a Central, para que exista uma sociedade mais justa, é preciso
ter lado e, por isso, é urgente atender aos gritos das ruas. A
participação de todos os sindicatos e movimentos sociais garantirá
o fortalecimento desta luta. Agora, é o prazo final para a
resposta.
Para o governo será cobrada uma resposta pela redução da Jornada de
Trabalho para 40h semanais, sem redução de salários; fim do fator
previdenciário; 10% do PIB para a Educação; 10% do Orçamento da
União para a Saúde; Transporte público e de qualidade/mobilidade
urbana; Valorização das aposentadorias; Reforma Agrária;
suspensão dos Leilões de petróleo e o fim do PL 4330, da
terceirização.
Sobre o PL que retira direitos dos trabalhadores/as
Estimativas do Ministério Público do Trabalho (MPT) apontam que no
Brasil um em cada quatro trabalhadores são terceirizados. Caso
aprovado, o PL 4330 vai regulamentar essa prática pela via da
precarização, se expandindo por todos os setores produtivos, já que
o projeto amplia a possibilidade para a terceirização da
atividade-fim (principal da empresa) na iniciativa privada e na
administração pública.
Pelo projeto, abre-se também a possibilidade da quarteirização, ou
seja, a contratação de outras empresas pela própria terceirizada.
Com essa fragmentação haverá um enfraquecimento da representação
sindical e da luta dos trabalhadores e trabalhadoras.
O PL também vai legitimar a diferença de direitos entre
trabalhadores diretos e terceirizados, distinção que já ocorre na
realidade. Segundo estudo da CUT e do Departamento Intersindical de
Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o trabalhador
terceirizado permanece 2,6 anos a menos no emprego do que o
contratado direto. Ainda, possui uma jornada semanal superior em
três horas e recebe em média salários 27% menor e sem
benefícios.
Para a CUT, regulamentação da terceirização deve priorizar a
igualdade de direitos, condições de trabalho e salários dignos.
Com informações da CUT/SP
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
Redação CNTTL
Mídia Consulte Comunicação &Marketing
Editora e Assessora de Imprensa: Viviane Barbosa MTB 28121
WhatsApp: 55 + (11) 9+6948-7450
Assessoria de Tecnologia da Informação e Website: Egberto Lima
E-mail: viviane@midiaconsulte.com
Redação: jornalismo@midiaconsulte.com
Siga a CNTTL nas redes sociais:
www.facebook.com/cnttloficial
www.twitter.com/cnttloficial
www.youtube.com/cnttl
Mídia
Canal CNTTL