O Estatuto da Criança e Adolescentes (ECA)
completará no próximo dia 23 de julho, 23 anos no Brasil. Nesse
período, o Estatuto produziu transformações importantes na cultura
política brasileira, com mudanças paulatinas nas relações
familiares, comunitárias sociais e institucionais. Está cada vez
mais claro para a sociedade que crianças e adolescentes são
sujeitos de direitos, embora estes não sejam respeitados e
atendidos em sua totalidade. “Para nós, isso significa que há sim o
que comemorar, pois está em marcha uma ruptura com a história de
anonimato e de absoluta inferiorização da infância brasileira”,
disse a deputada federal (PT) Erica Kokay.
Segundo a parlamentar, ainda há muito a exigir, pois a garantia dos
direitos das crianças e adolescentes pelo poder público no Brasil
está distante do que preconiza o ECA. “Mais que isso, é preciso
lutar para impedir retrocessos nos direitos garantidos, em especial
no que tange à idade penal dos adolescentes que se encontram em
cumprimento de medidas socioeducativas”, afirma.
Existem hoje dados suficientes para afirmar que, no Brasil, os
adolescentes são mais vítimas do que algozes. É o que mostra, por
exemplo, a edição de 2012 do Mapa da Violência.
Dados
Em 2010, foram mais de 8.600 crianças e adolescentes assassinadas.
Ainda segundo o mesmo estudo, o Brasil tem a 4ª maior taxa de
homicídio contra crianças e adolescentes de até 19 anos entre 99
países pesquisados. O País ficou atrás somente de El Salvador,
Venezuela e Trinidade e Tobago.
Só em 2012, o serviço Disque 100 recebeu 120 mil denúncias de
violações de direitos de crianças e adolescentes, especialmente
agressões e maus tratos.
Segundo a deputada, apenas uma minoria de nossas crianças e jovens
se envolvem em atos infracionais. Dos cerca de 20 milhões de
adolescentes brasileiros (segundo dados de 2010 do IBGE), apenas 19
mil cumprem medidas socioeducativas em meio fechado, representando
não mais que 0.07% do total, de acordo com informações de 2011 da
Secretaria de Direitos Humanos.
Nos últimos anos, houve uma redução no número de práticas
infracionais graves cometidas por adolescentes. Segundo
levantamento do Conselho Nacional de Justiça, no período 2002 a
2011, a taxa de homicídio caiu de 14,9% para 8,4%; latrocínio de
5,5% para 1,9%; estupro de 3,3% para 1,0% e lesão corporal de 2,2%
para 1,3%. As infrações cometidas por adolescentes concentram-se
hoje nos crimes contra o patrimônio (38%) e no tráfico (26.6%).
Esse conjunto de dados indica que a solução da questão passa por
investir no desenvolvimento desses adolescentes, por meio de
políticas públicas adequadas, e não pelo seu encarceramento no
sistema prisional.
Medidas Preventivas
As instituições, em especial o Congresso, devem pensar a construção
de mecanismos que assegurem políticas públicas preventivas, de modo
que todas as crianças tenham direito à educação infantil e integral
para não iniciarem uma trajetória infracional na adolescência. E é
preciso exigir do Poder Executivo o cumprimento efetivo da lei que
cria o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE),
aprovada no ano passado pelo Congresso Nacional.
A deputada Erica Kokay afirma que se o ECA fosse cumprido na sua
integralidade, não haveria nenhuma criança fora da creche; não
haveria por volta de 26% de meninas e meninos com até cinco anos de
idade fora da escola. “Por isso eu digo não à redução da maioridade
penal, e ao endurecimento das medidas socioeducativas, e digo sim
ao investimento no desenvolvimento das crianças e adolescentes
brasileiras, como forma de desenvolvimento do Brasil”,
concluiu.
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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