O valor das passagens de ônibus subiu em
nível 65% superior ao da inflação entre 2000 e 2012, acima do custo
de automóveis particulares e da gasolina. Com isso, a demanda por
transporte público registrou queda de 25%, em comparação com os
anos 90, gerando um círculo vicioso que favorece, novamente, o
aumento das tarifas.
Esta foi uma das conclusões que se encontram em nota técnica
divulgada na quinta-feira, dia 4 de julho, pelo Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). “O congestionamento urbano
também acaba aumentando em 20% [e 25% no caso de São Paulo] os
custos do transporte público e, consequentemente, o preço da
tarifa. E quanto mais aumenta o preço [do transporte público] menos
[esse tipo de transporte] é usado, gerando, então, nova necessidade
de se aumentar o preço. Para piorar, o aumento do custo não vem
acompanhado de uma melhora da qualidade, o que também desestimula
seu uso”, disse o pesquisador do Ipea Carlos Henrique Ribeiro.
Segundo ele, o aumento da renda das famílias também pode ser
considerado negativo para o transporte público, uma vez que ele
veio associado a mais investimentos em transportes privados e,
consequentemente, em maiores congestionamentos urbanos. “É um
círculo vicioso”, conclui o pesquisador, que aponta o oligopólio do
setor como outro fator que influencia o aumento das tarifas acima
do índice de inflação.
Ele explica que, em regra geral, o custo do transporte é 100%
coberto pelas tarifas cobradas dos usuários, diferentemente do que
ocorre em outros países. Com isso, a conta acaba sendo paga
exclusivamente pelas camadas mais pobres da população, principais
usuários do sistema de transporte público.
“Isso resulta também em imobilidade, já que, entre os 10% mais
pobres da população, 30% das famílias não gastam absolutamente nada
com transporte público”, argumentou Ribeiro.
Para contribuir com horizontes que estimulem o uso e a qualidade do
transporte público, a pesquisa sugere a cobrança de tributos sobre
usuários e proprietários de automóveis, sobre o setor produtivo
(por serem beneficiados a partir do deslocamento de seus
funcionários ao trabalho) e pelos proprietários de imóveis e
comércios valorizados pela proximidade com estruturas de transporte
público.
“No caso dos usuários de automóveis, sugerimos uma maior taxação de
combustíveis, de vias sujeitas a congestionamentos e de
estacionamentos. Aos proprietários, [sugerimos] tributos incidentes
sobre a comercialização e propriedade desses veículos. Nesse caso,
há que se ter certo cuidado porque a indústria do automóvel
responde por 20% do PIB nacional. Não seria interessante, portanto,
sobrecarregar na aquisição, e, sim, focar nas alternativas
relacionadas ao uso intensivo do automóvel”, disse o pesquisador do
Ipea.
Com informações da Agência
Brasil
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