A onda de protestos de caminhoneiros no
País não passa de uma manobra patronal que visa unicamente acabar
com as garantias conquistadas na Lei 12.619/12, sancionada pela
presidenta Dilma, em 2012, que regulamentou a profissão do
motorista no Brasil. A opinião é do rodoviário de Sorocaba e
presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em
Transportes da CUT (CNTT-CUT), Paulo João Estausia, que não apoia
este movimento, citando que é organizado por “pseudos”
representantes de caminhoneiros.
A CNTT-CUT possui mais de 150 sindicatos
filiados e oito federações dos modais dos transportes rodoviário,
ferroviário, metroviário, portuário, marítimo, fluvial, aéreo e
viário, que representam 1 milhão de trabalhadores(as) em todo o
Brasil.
Em entrevista ao Portal CNTT/CUT, Paulinho denuncia este falso
movimento, chamado de locaute, informa quem está por trás e seus
interesses e afirma que o poder público tem que agir nesta
situação. A entrvista foi publicada no portal da CUT.
Leia a seguir os melhores trechos:
CNTT/CUT: Por que a CNTT/CUT não apoia os recentes
protestos de caminhoneiros no Brasil?
Paulo João Estausia: Porque não é um movimento legítimo organizado
pelos trabalhadores caminhoneiros, mas por usineiros e patrões, ou
seja, são os donos de transportadoras e de postos de combustíveis
que estão por trás desta falsa manifestação. Por ser organizado por
empresários chama-se locaute. Esta não é a primeira vez. No
ano passado, em 25 de julho, eles fizeram um locaute em várias
rodovias brasileiras obrigando vários caminhoneiros a realizarem o
caos, fechando rodovias e impondo ao País um estado caótico. Na
realidade eles estavam enganando a população.
CNTT:O que está por trás deste “locaute” ou movimento
patronal dos caminhoneiros?
Paulinho: Eles querem acabar com a Lei 12.619/12, sancionada pela
presidenta Dilma Rousseff em junho de 2012, que regulamentou a
profissão do motorista no Brasil, beneficiando mais de cinco
milhões de motoristas em todo o Brasil. Esses “pseudos”
representantes dos motoristas caminhoneiros articulam no Congresso
Nacional um Projeto de Lei que tem por objetivo destruir as
conquistas obtidas pelos motoristas, ameaçando voltar ao cenário de
descontrole da jornada de trabalho, que levava muitos motoristas a
usarem drogas para conseguir em jornadas acima de 14 horas cumprir
suas entregas.
Somos contra a volta desta escravidão. Acreditamos que os
motoristas caminhoneiros devam ter os mesmos direitos que outros
trabalhadores têm, com isso, reafirmamos nosso apoio à Lei
12.619/12.
CNTT:Quais são os principais benefícios desta Lei para os
motoristas caminhoneiros?
Paulinho: A lei está em vigor desde junho do ano passado e vale
para todos os motoristas de passageiros e de cargas, urbanos e de
rodovias de todo o País e assegura importantes direitos tais como:
o controle da jornada de trabalho, descansos obrigatórios,
proibição da remuneração apenas por comissão ou qualquer tipo de
vantagem vinculado ao valor, quilometragem ou quantidade de produto
transportado. Outros avanços são o acesso gratuito em programas de
formação e de qualificação profissional; contar com o SUS no
atendimento profilático, terapêutico e reabilitador, especialmente
em enfermidades que mais acometem os motoristas, e também não
responderão perante ao empregador por prejuízo patrimonial
decorrente de ação de terceiros.
A regulamentação da profissão de motorista foi uma das principais
reivindicações da CNTT/CUT junto ao governo federal, e sua
aplicação, com certeza, proporcionará uma vida digna aos
trabalhadores(as) em transportes rodoviários, que terão mais tempo
livre para desfrutar com a família, para estudar e descansar,
refletindo imediatamente nas condições de saúde do trabalhador e na
segurança das rodovias, com a redução no número de acidentes.
Nós expressamos nosso total apoio à Lei da presidenta Dilma e
pedimos aos demais órgãos governamentais e à CUT que se somem
conosco nesta luta.
CNTT: Quem são as pessoas que estão articulando este movimento
contra a Lei?
Paulinho: Fizemos um Jornal da CNTT-CUT, Transportando, no qual
enviamos para todos os nossos sindicatos e federações filiadas no
País. Neste informativo, denunciamos os principais “líderes”: o
primeiro é o deputado Federal Nelson Marquezelli, (PTB/SP),
usineiro, que preside a Cemotor, comissão criada para revogar a Lei
12.619/12, cujo relatório pode ser votado a qualquer momento. O
outro é o Nélio Botelho, do Movimento União Brasil Caminhoneiro ,
que também é empresário e preside a Cooperativa Brasileira dos
Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens Ltda.
CNTT: Que medida a CNTT/CUT espera do poder público sobre os
locautes no País?
Paulinho: Defendemos a livre organização e manifestação dos
trabalhadores que buscam melhorias de vida, reiteramos que somos
contra esses movimentos patronais, que visam apenas aumentar o
lucro das suas transportadoras, em detrimento dos direitos e da
segurança dos trabalhadores e da população em geral. Pedimos ao
poder público que intervenha, punindo os que se utilizam dos
trabalhadores, através de locaute, para enganar os que transportam
a nossa riqueza, colocando em risco seus direitos e a segurança de
nossa população.
Viviane Barbosa,
editora do Portal CNTT/CUT
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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