No Rio de Janeiro um grupo de 13
aposentados, da Varig e Transbrasil acampam, há mais de 15 dias, na
sede do fundo de pensão Aerus. A comissão de aposentados tem o apoio da
Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil da Central
Única dos Trabalhadores e do Sindicato Nacional dos Aeronautas
(SNA). Eles ocuparam o local no último dia 27 de
junho.
Os idosos que participam da ocupação vivem
uma rotina bastante complicada, que tem sido agravada por ações do
interventor Sr. Carlos Pereira, que tem dificultado a permanência
dos manifestantes no local.
Segundo a
ex-presidenta do SNA Graziella Baggio, porta-voz da comissão, os
manifestantes viram no ato a possibilidade de sensibilizar o
governo para encontrar uma saída para a situação enfrentada pelos
aposentados, com idade média superior a 75 anos de idade. Graziella
relatou que os ex-funcionários da Varig e Transbrasil recebem
apenas 8% mensalmente do valor a que têm direito em suas pensões e
aposentadorias e passam por dificuldades.
Como julho é o último mês previsto de pagamento do fundo, eles
pretendem continuar com a mobilização até que algum representante
do governo apresente uma solução para o impasse ou até que saia
alguma decisão judicial “para pagar todo mundo de acordo com o que
eles têm contratado”.
Condições precárias
A sala onde os aposentados da Varig se mantêm confinados é pequena.
Os idosos dormem em colchões no chão do corredor de 1 metro de
largura. “Nós estamos aqui porque entendemos que tem que chegar ao
fim esse crime emocional e social que está sendo cometido”,
ressaltou Graziella Baggio.
Há sete anos, desde que o perderam seus depósitos no fundo de
pensão, sob intervenção da União, os aposentados da Varig estão
lutando na Justiça, aguardando para receber o que têm direito.
Graziella informou que quase 10 mil aposentados e mais de 20 mil
trabalhadores na ativa perderam seus depósitos no Aerus.
O problema, disse ela, é que os ex-funcionários ganharam uma ação
civil pública que condena a União por ter permitido que ocorresse
um grande número de renegociações com a patrocinadora que veio a
quebrar, que são a Varig e a Transbrasil, o que deixou os
aposentados sem receber o valor devido.
Graziella assegurou que a patrocinadora não repassava os recursos
para o fundo de pensão. “A Secretaria de Previdência Complementar,
que tinha que fiscalizar, não só não fiscalizou, como não cumpriu a
lei. Porque a lei obriga que os fundos têm que ter, no mínimo, 70%
do valor da reserva de cada participante. E não existia nada
disso”. Segundo a ex-presidenta do SNA, as empresas deixaram de
repassar para o fundo a parte delas e fizeram uma apropriação
indébita.
Os aposentados veem duas soluções para o caso. A primeira é a ação
civil pública dos sindicatos contra a União, que responsabiliza o
governo federal pela falta de fiscalização do Aerus e obriga o
pagamento integral das pensões e aposentadorias. Os sindicatos
ganharam a causa em primeira instância, mas afiançam que a
antecipação de tutela concedida não foi cumprida pela União e que
um recurso conseguiu adiar esse pagamento.
Outra saída é a ação de defasagem tarifária da Varig contra a
União. A indenização, que seria paga à Varig, está direcionada para
o fundo de trabalhadores, disse Graziella. Além de pagar o passivo
trabalhista da empresa, a ação poderia recuperar o fundo de pensão
Aerus, garantindo, inclusive, a recuperação do depósito dos
trabalhadores da ativa. A União perdeu em todas as instâncias, mas
continua recorrendo. Caberá ao Superior Tribunal Federal (STF) dar
a decisão final.
Em nota, em resposta às perguntas formuladas, a Superintendência
Nacional de Previdência Complementar (Previc) esclareceu que, “para
preservar direitos e responsabilidades, não trata publicamente da
situação de um plano de benefícios específico”.
Acrescentou que “respeita o direito de as pessoas utilizarem os
meios que entendam lícitos para explicitar seus interesses,
informando todavia que a pretensa reivindicação extrapola sua
competência”. A Previc disse esperar que a ocupação da sede do
Aerus, no Rio, “se resolva de forma pacífica, preservando a
integridade física e patrimonial de todos os envolvidos.”
Aposentados
Para os manifestantes é absurda a posição
do Governo que através da Superintendência Nacional de Previdência
Complementar (PREVIC) não dá nenhuma informação: " Em um estado
democrático, com uma presidenta da república que defende
legislações de transparência e acesso a informação nos três
poderes, é um absurdo um órgão como a PREVIC informar em nota que
não dá esclarecimentos públicos em um assunto que envolve a vida de
10.000 pessoas, que deveriam ter tido suas aposentadorias
protegidas pela fiscalização desse mesmo órgão" , ressaltou
Graziella Baggio, porta voz dos aposentados que ocupam o
Fundo.
Ocupações registram duas mortes
Em vários Estados, aposentados em sua maioria ex-funcionários das
antigas empresas Varig e Transbrasil, acompanham em vigília de
solidariedade a transmissão ao vivo que está sendo realizada da
ocupação no fundo de pensão Aerus, no Rio de Janeiro.
Lamentavelmente, durante esta vigília, dois aposentados do Paraná
morreram após sofrer enfarte. O comandante Emir Ciruelos, faleceu
nesta madrugada, dia 5 de julho, e o aeroviário Manuel Medeiros de
Almeida, na quinta-feira, dia 4. Ambos eram atuantes na comissão
que aposentados do Paraná que tem organizado as ações do grupo no
Estado. " O falecimento entristeceu a todos que estão participando
da ocupação seja lá no local ou acompanhando pela transmissão ao
vivo", destacou a porta voz do movimento Graziella Baggio.
Segundo os dirigentes dos Sindicatos que estão apoiando o protesto,
a demora no desfecho e a ansiedade dos aposentados por uma solução
que resolva o problema do Aerus tem causado diversos problemas de
pressão arterial no grupo, que em sua maioria tem já elevada
idade.
Os participantes seguem preocupados com a demora de uma solução. Na
quinta-feira, dia 4 de julho, mais de 100 aposentados realizaram
um protesto que terminou em caminhada da Rua do Ouvidor, no
centro do Rio, onde é a sede do Instituto Aerus, até o
Aeroporto Santos Dumont, onde outro grupo já estava em
solidariedade a um colega que, há três dias, iniciou uma
greve de fome.
Desde a intervenção do fundo, há mais de sete anos, a maioria dos
aposentados e pensionistas foram obrigados a cancelar seus planos
de assistência médica, agravando para muitos, doenças já comuns na
terceira idade. Pela contabilização dos participantes mais 700, dos
quase 10.000 integrantes do Aerus já faleceram neste
período.
CNTT com informações da Agência
Brasil
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