Reconhecimento da democracia, manipulação
da grande imprensa e necessidade de ir às ruas para dialogar com o
povo foram as principais questões levantadas na terça, dia 25, pelo
Coletivo Estadual de Mulheres da CUT São Paulo, em reunião ampliada
no auditório do Sindicato dos Químicos de São Paulo, no bairro da
Liberdade, capital paulista. (Dirigentes
debateram durante todo o dia - Foto: Vanessa Ramos -
SECOM-CUT/SP)
A CUT, outras centrais sindicais e movimentos sociais, como o MST,
farão uma Jornada de Lutas pela Liberdade Democrática em Defesa dos
Trabalhadores (as), no dia 11 de julho em todo o Brasil, por mais
investimentos em educação, saúde e transporte público. Entre as
reivindicações está também o fim dos leilões do petróleo e do
Projeto de Lei 4.330/04 que amplia a terceirização, o fim do fator
previdenciário, a redução da jornada para 40 horas semanais sem
redução do salário e a reforma agrária.
Segundo a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT/SP, Sônia
Auxiliadora, as mulheres se comprometeram com a jornada e
continuarão nas ruas levando as suas pautas. “Estamos de olho no
Congresso para não deixar passar qualquer tipo de projeto
conservador como, por exemplo, o Estatuto do Nascituro e o Projeto
de Cura Gay, que são retrocessos para a nossa luta e a nossa
autonomia”, afirma.
Para Sônia, é preciso também lutar por reformas políticas,
tributárias e da mídia – que são pontos fundamentais para a mudança
efetiva nas relações de gênero.
Na ocasião, as mulheres cutistas deram início ao debate sobre a
organização do 9º Encontro Internacional da Marcha Mundial de
Mulheres no Brasil, que será de 25 a 31 de agosto, no Memorial da
América Latina. Um mês antes, em 27 de julho, ocorrerá o Encontro
Estadual da Marcha Mundial das Mulheres, em São Paulo, com local a
definir.
Mulheres nos sindicatos
Durante o encontro, os ramos apresentaram os desafios e avanços em
relação ao tema da paridade , para Sônia Auxiliadora, “apesar
da participação das mulheres nos sindicatos ter crescido, é preciso
dar condições reais para a sua efetivação”, afirma.
Segundo a secretária da Mulher Trabalhadora do Sindicato dos
Químicos de São Paulo, Jaqueline Souza da Silva, a primeira grande
luta foi levar a questão da paridade para um congresso da Central,
até a sua aprovação. “Agora, lutamos para conseguir a
implementação, a partir da formação de quadros femininos para nos
representar. Para que isso aconteça, a estrutura é necessária, como
por exemplo, a valorização das companheiras, a formação e apoios
como as creches”, explica.
De acordo com a diretora de Relações Trabalhistas do Sindlimpeza de
Santos-SP, Lindnalva dos Santos Pereira, a batalha das
trabalhadoras ocorreu porque desde o início da história da
entidade, os homens ocuparam os cargos de direção.“Hoje já nos
representamos e somos maioria. Licença maternidade e as creches são
temas que temos enfatizado. Mas vai para além disso, pois as
mulheres que atuam com limpeza fazendo trabalho pesado, o que nos
faz cobrar que elas sejam colocadas em postos mais leves no momento
em que sua gestação esteja avançada”, conclui.
A secretária de Políticas Sociais da Fetec, Crislaine Bertazzi,
explica que uma das conquistas das trabalhadoras bancárias foram os
180 dias de licença maternidade. “Temos uma mesa de debates
sobre igualdade oportunidades é importante o trabalho de
conscientização para mostrarmos às trabalhadoras a
importância que elas têm e, ao mesmo tempo, formar os homens para
que compreendam o trabalho em conjunto entre os gêneros”.
Arte política
No final da reunião, as mulheres cutistas puderam apreciar o
espetáculo "Carne", da Kiwi Companhia de Teatro – que deixou
mulheres e homens atônitos ao apresentar cenas com músicas, dados
estatísticos e objetos do cotidiano que revelam a profunda
desigualdade entre os sexos nos espaços públicos e privados da
sociedade. A atividade foi organizada pela Secretaria da Mulher
Trabalhadora da CUT/SP.
Para a secretária da Mulher Trabalhadora do Sindicato dos Químicos
de São Paulo, Jaqueline Souza da Silva, o teatro dialoga com os
trabalhadores (as), por meio de símbolos, muitas vezes melhor do
que palestras e debates organizados pelas entidades. “Os sindicatos
têm como obrigação incentivar a cultura como forma criativa de
conversar com a base e politizá-la”.
Segundo Adriana Magalhães, secretária de Imprensa da CUT/SP, o
espetáculo tratou de questões como violência doméstica, relações de
gênero, raça, etnia e classe. “Apresentaram elementos simbólicos,
implícitos na linguagem do cotidiano. Cada cena trabalhou de forma
lúdica conceitos complexos que muitas vezes nem sequer uma palestra
ou um jornal conseguem, com tanta qualidade, dialogar com as
trabalhadoras da base”, afirma.
De acordo com a Cia Kiwi, a obra foi inspirada na autora austríaca
Elfriede Jelinek, prêmio Nobel de literatura em 2004, e na
historiadora e militante francesa Michelle Perrot. A ideia foi
apresentar, por meio da arte, relações entre o patriarcado e
capitalismo, mostrando especificamente a violência contra as
mulheres e a opressão de gênero.
“Como a gente desconstrói a cultura machista? É urgente construir
novos valores que afetam toda a sociedade. É preciso repensar a
educação das crianças para que elas possam desde já construir um
novo mundo. Espetáculos como a Carne contribuem para isso”, conclui
Adriana.
Com informações da
CUT/SP
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