Uma pesquisa realizada pelo Ipea (Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada) ajuda a entender por que parte dos
manifestantes que se juntaram às passeatas dos últimos dias não faz
questão de que o transporte público continue sendo ponto central
dos protestos.
O estudo mostra que os gastos com transporte público subiram mais
de 30% ao longo de seis anos entre as famílias com renda per capita
de até meio salário mínimo. Já entre as famílias com renda superior
a oito salários mínimos, houve queda de mais de 15%.
Quando se trata de despesas com transporte privado, a situação é
oposta: o gasto dos mais ricos nesse item subiu mais de 20%,
enquanto o dos mais pobres caiu 20% (como aponta o gráfico reproduzido
do estudo do Ipea).
Apesar de o estudo ser de setembro de 2012, os dados se referem ao
período de 2003 a 2009 (último ano em que o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística realizou a Pesquisa dos Orçamentos
Familiares).
É preciso deixar claro que a pesquisa se refere à variação de
gastos, não de preços. Uma pessoa pode aumentar ou reduzir as
despesas com um bem ou serviço sem que ele tenha ficado mais caro
ou mais barato.
No caso dos mais pobres, a renda subiu mais que o preço do bilhete
(o salário mínimo avançou 132,5% no período, e a tarifa de ônibus,
63,2%, na média das nove regiões metropolitanas analisadas pelo
Ipea). Consequentemente, essa população que se locomovia pouco
porque não tinha dinheiro nem para o ônibus, passou fazer mais
viagens e também a gastar mais.
Outro detalhe: os números correspondem à renda per capita, não
familiar. Uma família de quatro pessoas com renda total de dois
salários mínimos (hoje R$ 1.356) tem uma renda per capita de meio
salário mínimo; portanto, entra para o segmento mais baixo no
recorte da pesquisa.
Saída individual
Os dados mostram que, para os mais ricos, pode parecer não haver
sentido em brigar por um serviço que eles usam cada vez menos.
Para a classe média, também. Até as famílias com renda per capita
de apenas dois salários mínimos aumentaram mais as despesas com
transporte privado do que com o público no período, como aponta o
gráfico acima.
“Está havendo um deslocamento de gastos do transporte público para
o privado em todas as faixas de renda, com exceção dos mais pobres
(renda per capita de até meio salário mínimo)”, resume Carlos
Henrique de Carvalho, um dos autores do estudo.
Ainda, entre as pessoas que mais usam ônibus e metrô, a renda subiu
mais do que o preço do bilhete.
Dito de outra forma, um movimento pela redução ou fim das tarifas
só manterá adeptos no médio prazo se aqueles que hoje gastam mais
com o transporte privado notarem que eles próprios serão
beneficiados por um serviço público melhor.
Por enquanto, a saída individual gerou um problema coletivo, que
são os congestionamentos, como apontou um outro estudo, também do
Ipea. Em São Paulo, onde há 38 automóveis para cada 100 pessoas, o
tempo médio de deslocamento entre a casa e o trabalho é de 43
minutos.
Com informações do
Portal do Consumidor
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