Protesto na Arábia Saudita leva mulheres ao volante

Campanha Women2drive, na web, as convocou em desafio à proibição de dirigir.


Publicação: 29/06/2011
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A Arábia Saudita é o único país do mundo onde as mulheres não tem o direito de dirigir por causa da rigorosa interpretação do Islã. Por isso, na sexta-feira, 17, a Women2drive  fez uma convocação às mulheres sauditas para desafiar a proibição. Quarenta e duas atenderam o chamado.
De acordo com os organizadores, apenas uma das manifestantes cometeu uma infração de trânsito. Outras duas foram escoltadas para suas casas por agentes da polícia. Nenhuma prisão foi registrada.
Após a convocação, feita pelo Facebook, diversos testemunhos de mulheres dirigindo foram publicados em redes sociais e no Youtube. 
"É um direito das mulheres que nenhuma lei, nenhuma religião poderia proibir. Eu saí para obter meu direito", disse Maha al-Qahtani, que transitou pelas ruas da capital Riad durante 45 minutos. Seu marido, Mohammad al-Qahtani, presidente da Associação saudita dos Direitos Civis e Políticos, acompanhou tudo de perto. Pelo Twitter, informou que sua mulher estava preparada para ir à prisão sem medo.

Convocação
 Iniciada há dois meses na Internet, a campanha Women2drive  promete lutar até a publicação de um decreto real que autorize as mulheres a dirigir. Elas são chamadas a agir individualmente para evitar o ocorrido em uma carreata organizada em 1990, quando todas as manifestantes foram detidas. 
O ícone do movimento desta sexta-feira foi Manal al Sharif,  jovem presa por duas semanas por desafiar proibição de dirigir. Na ocasião, ela publicou no site Youtube um vídeo no qual aparecia ao volante.

Anistia
Em comunicado, a Anistia Internacional pediu às autoridades que parem de tratar as mulheres como cidadãos de segunda classe e abram as vias do reino às motoristas. "Não permitir que as mulheres assumam o volante é um imenso entrave à sua liberdade de movimento e limita a capacidade de realizar atividades cotidianas, como ir ao supermercado ou levar os filhos à escola", cobrou. 



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