Para trazer
à tona a justiça, a memória e a verdade sobre do golpe militar de
1964, a CUT, entidades dos movimentos sociais, estudantil,
integrantes da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, a secretaria de
Direitos Humanos da Presidência da República e outros atores
lançaram na quinta-feira, 27, em Brasília, o Fórum em Defesa da
Democracia – 50 anos de resistência. Durante o lançamento do Fórum,
foi divulgado manifesto assinado por mais de 10 entidades de
representação nacional.
Há 50 anos, o povo brasileiro foi vítima de um golpe de Estado que
implantou a ditadura militar no País. Teoricamente, o regime durou
até 1985, com a volta dos civis à Presidência, mas ainda hoje há
resquícios da censura, criminalização de movimentos sociais, uso de
força policial contra organizações populares. Também estão aos
montes torturadores que não receberam punição e torturados que não
puderam contar com justiça e reparação.
Objetivo
Segundo o integrante da Comissão Nacional da Verdade e da
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Gilney
Viana, um dos principais articuladores do Fórum, o objetivo de se
formar o grupo de representação nacional é “dimensionar o que
acontece em todo o território”. “Precisamos mostrar que existe uma
frente nacional que repudia o golpe de 64 e a ditadura implantada.
Ainda existe muita gente que é a favor desse momento da história.
Há mais ou menos 10 dias, um general das forças armadas assinou um
artigo no jornal Folha de São Paulo dando a entender que queria
desarticular qualquer movimento em combate à ditadura”, disse.
De acordo com Viana, a expectativa é de que os manifestações contra
o golpe de 64, nos meses de março, abril e maio, reúnam milhares de
pessoas. É importante para a defesa das instituições democráticas e
a busca do fortalecimento da democracia no país.
Imperialismo
O secretário de Política Social da CUT Brasília, Ismael José Cesar,
lembrou, durante o lançamento, que a ditadura e o modelo
imperialista estão necessariamente ligados. O dirigente cutista
citou o caso das manifestações na Venezuela, onde, segundo ele, “se
verifica uma tentativa de golpe patrocinada pelos Estados Unidos”.
“Este exemplo é para que nós entendamos o mundo em que vivemos. O
mundo está em convulsão. E nós aqui do Brasil, não estamos ilesos.
Aliás, concepções arbitrárias herdadas da ditadura ainda estão no
dia a dia, com a prisão de líderes do MST (Movimento dos
Trabalhadores Sem Terra), criminalização dos movimentos organizados
por sindicatos e outros ramos da sociedade civil. Por isso, temos
que nos unir para pedir sim memória, verdade e justiça, mas sem nos
esquecermos de reivindicar o que queremos para o agora e para o
futuro”, avaliou Ismael César.
O secretário de Política Social da CUT Brasília afirmou ainda que
será criado um Fórum pela Democracia na capital federal, para
relembrar as atrocidades do período da ditadura em âmbito
distrital. A primeira reunião do grupo será feita em 13 de
março.
O golpe de 64
Desde a morte de Getúlio Vargas, em 1954, militares e políticos de
direita brasileiros vinham se articulando e ameaçando se rebelar
contra os governos eleitos democraticamente. Esta pressão se
acirrou no governo de Jânio Quadros, que renunciou em 1961. O vice,
João Goulart, que estava em viagem oficial à China voltou ao Brasil
após concordar governar em regime parlamentarista. Mesmo assim,
Jango lançou as famosas reformas de base (reformas rural e urbana,
entre outras) adotando uma postura considerada socialista.
Com medo do avanço dos interesses populares, militares e as elites
sociais se insurgiram e conspiraram para que o presidente fosse
deposto em 31 de março de 1964, dando início a um tenebroso e
violento período de perseguições de dirigentes e militantes
partidários e sindicais, prisões, tortura, mortes, fechamento,
ocupação e intervenção de milhares de sindicatos, Os militares
golpistas chegaram até a criar plano de contingência em caso de
levante esquerdista. Os norte americanos também lideraram a
operação “Brother Sam”, que previa o envio de navios ao Rio de
Janeiro para apoiar os militares.
O regime ditatorial no Brasil durou 21 anos (1964 – 1985) e soma um
número de mortos que ainda não pode ser contabilizado com absoluta
certeza. Em 2012, o governo concluiu estudo que insere pelo menos
370 nomes na lista oficial de mortos e desaparecidos políticos
durante a ditadura militar. O número praticamente triplicou a lista
reconhecida pelo Estado de vítimas da repressão política durante a
ditadura militar. Hoje, a Comissão da Anistia e da Comissão
Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos registra o número de
379 pessoas mortas pela ditadura militar. Isso sem contar com o
altíssimo número de rebeldes que foram enviados a sanatórios como
punição e lá morreram.
Redação com CUT
Brasília
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