O relator
da Medida Provisória 595/12, o senador Eduardo Braga, acolheu 66
emendas propostas pelos trabalhadores portuários a parlamentares da
comissão mista que analisou o assunto. No total, 137 emendas foram
aceitas. O relatório, apresentado na última quarta-feira, dia 17,
será votado na próxima quarta-feira, dia 24.
Segundo o presidente da Federação Nacional dos Portuários (FNP),
Eduardo Guterra, boa parte das reivindicações dos trabalhadores
foram contempladas no relatório, além disso, foram conquistados
avanços na relação capital e trabalho, mas ainda são necessários
ajustes na redação para o Projeto de Lei de Conversão com objetivo
de consolidar a conquista dos trabalhadores. “O empenho da
categoria portuária que se mobilizou até conseguir abrir negociação
e chegar a um consenso é fundamental para que tenhamos garantias
dos nossos direitos na nova legislação portuária”, declarou
Guterra.
O relatório garante a exclusão do parágrafo que previa que o
contrato de concessão poderia abranger a administração do porto.
Também confirma a proibição do trabalho temporário, a representação
dos trabalhadores do porto pelos sindicatos dos portuários, a
inclusão da multifuncionalidade e a manutenção da guarda –
portuária e do Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO).
Para adequar a legislação a Convenção 137 da Organização
Internacional do Trabalho (OIT), da qual o Brasil é signatário, foi
assegurada ainda renda mínima aos avulsos e direito a aposentadoria
especial. Os portuários avaliam, porém, que é preciso modificações
nos critérios de comprovação do direito a aposentadoria especial,
para que os trabalhadores de fato tenha acesso ao benefício.
Diante da confirmação de que as reivindicações dos trabalhadores
portuários foram atendidas, após se reunir em plenária das três
federações portuárias: Federação Nacional dos Portuários (FNP),
Federação Nacional dos Estivadores (FNE) e Federação Nacional dos
Avulsos (Fenccovib), na última quinta-feira dia 18, a categoria
descartou a possibilidade de paralisação.
Confira a seguir as principais reivindicações dos trabalhadores
contempladas no relatório da Medida Provisória 595/12:
- A não privatização das administrações portuárias,
- toda e qualquer contratação de portuários será obrigatoriamente
precedida de negociação coletiva com sindicatos que representam os
trabalhadores;
- proibição do uso de mão de obra temporária para todas as
categorias de trabalhadores portuários;
- garantia de renda mínima para os trabalhadores avulsos;
- inclusão no texto da multifuncionalidade, condição essencial para
o desempenho dos trabalhadores nos portos;
- também consta no relatório da MP, a determinação de que o
Conselho de Autoridade Portuária terá representantes dos
trabalhadores (25%), empresários (25%) e governo (50%);
- está inserida no texto a garantia da permanência da guarda
portuária – a regulamentação será feita pela Secretaria dos
Portos;
- garantia de que as aposentadorias de avulso expostos a condições
prejudiciais à saúde, que são prejudicados com a demora na
aprovação do laudo pelo INSS, sejam rapidamente analisadas e
liberadas;
- reconhecimento das categorias profissionais diferenciadas que
atuam nos terminais portuários, entre elas, estiva, bloco,
vigilância de carga, capatazia, conferência de carga e vigilância
de embarcação, entre outros.
Com informações da
FNP
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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