Pesquisa da ONG WCF mostra o perfil do caminhoneiro no Brasil


Publicação: 22/02/2008
Imagem de Pesquisa da ONG  WCF mostra o perfil do caminhoneiro no Brasil

           Leia a seguir resumo do estudo da ONG WCF Brasil que desenvolve um trabalho social de combate à  exploração sexual de crianças e adolescentes.  A entidade lançou a Campanha "Na mão certa" que pede aos caminhoneiros que colaborem para o fim da exploração sexual nas estradas.

          O estudo "O Perfil do Caminhoneiro no Brasil" foi realizado com base em entrevistas feitas com caminhoneiros brasileiros que residem ou estiveram de passagem, no período de outubro a dezembro de 2004, pelas seguintes cidades do Brasil: Porto Alegre e Alegrete, RS, Itajaí, SC, Cubatão e Santos,SP, Belém, PA, Natal, RN, e Aracaju, SE.

           A pesquisa  buscou levantar informações sobre a vida dos caminhoneiros brasileiros, destacando-se: 1) aspectos biosociodemográficos (sexo, idade, renda e configuração amiliar etc.), 2) dados sobre a caracterização da sua profissão (rotas percorridas, jornada e condições de trabalho etc), 3) dados sobre o uso de drogas e vida sexual, 4) seu conhecimento sobre a prostituição nas estradas, destacando-se a exploração sexual comercial de crianças e adolescentes, 5) seu conhecimento sobre os direitos das crianças e dos adolescentes.

           Foram entrevistados 239 caminhoneiros nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Norte, Sergipe e Pará. A maioria dos caminhoneiros (32,8%) cursou apenas o ensino fundamental incompleto, sendo que somente 19,7% concluíram o ensino médio e 23,9% concluíram o ensino fundamental. 

Caracterização da profissão 

         

           O tempo médio de profissão dos entrevistados é de 15,32 anos, sendo que o caminhoneiro entrevistado com menos tempo de profissão foi de um ano e o demaior experiência foi de 45 anos de estrada. A média de dias que passam por mês na estrada foi de 20,30 dias. Apenas 39,8% dos entrevistados disseram ser os donos dos caminhões com os quais trabalham, enquanto 60,2% dirigem caminhões de terceiros.

           Neste caso, os caminhões pertencem às empresas (83,9%), amigos (8,9%) e parentes (6,3%). A maioria dos caminhoneiros trabalha com fretes fixos (49,2%). Porém, nem sempre o fato de o caminhão pertencer a uma empresa significa que os fretes são fixos, uma vez que a empresa pode ser apenas uma transportadora dependente da oferta de cargas de outras.

  

Condições de trabalho

          As principais atividades realizadas pelos caminhoneiros, quando estão parados em postos ou enquanto esperam para carregar ou descarregar, são: conversar com amigos (25,42%), dormir (23,75%), ver televisão (15,95%) e manutenção do caminhão (7,05%). A categoria “fazer sexo” parece com 2,78% das respostas, curiosamente, acima das categorias “passear pela cidade, procurar carga, beber, comer, telefonar e ir a festas”. 

A exploração sexual de crianças e adolescentes  

          As regiões do país citadas pelos caminhoneiros como locais onde mais existe exploração sexual comercial de crianças e adolescentes foram o Nordeste (78,1% das respostas) e Norte (30,6%). Nesses locais, destacam-se os estados da Bahia, Maranhão e Pará. É interessante perceber a prevalência dessas regiões e, particularmente, desses três estados na fala dos caminhoneiros.

           Para eles, a “pobreza econômica” vivenciada nessas áreas seria uma das principais justificativas para a alta incidência do “comércio sexual” infantil. Na região Sudeste, apontada em 17,9% das respostas, destaca-se o estado de São Paulo, sobretudo a região da Baixada Santista, caracterizada por sua zona portuária. As duas regiões menos citadas foram a Sul (3,1%) e a Centro-Oeste (2,6%). As categorias menos citadas foram a existência do mercado fácil e a procura por parte de adultos. Na categoria “outros” foram incluídas respostas do tipo: vício em drogas, influência familiar, falta de educação, falta de informação, dentre outras. 

Sexualidade

          Quase todos os participantes declararam-se heterossexuais (99,2%) e apenas dois declararam ser bissexuais (0,8%). Além disso, dois participantes, embora denominando-se heterossexuais, afirmaram também ter relações sexuais com outros homens. Metade dos participantes afirmou que, quando não estão viajando e estão com a sua companheira/esposa, tendem a ter relações sexuais quatro vezes ou mais por semana e 40% deles mencionaram que essa freqüência é de duas a três vezes. Na estrada, 44,6% relataram ter relações sexuais. A principal parceira sexual quando estão na estrada são as prostitutas (60,5%), seguidas por “parceira eventual” (27,4) e companheira (namorada/esposa), com 11,3% das respostas.

  

Fonte: WCF-Brasil Children

 



Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran

Redação CNTTL
Mídia Consulte Comunicação &Marketing 

Editora e Assessora de Imprensa: Viviane Barbosa MTB 28121
WhatsApp: 55 + (11) 9+6948-7450
Assessoria de Tecnologia da Informação e Website: Egberto Lima
E-mail: viviane@midiaconsulte.com
Redação: jornalismo@midiaconsulte.com



Siga a CNTTL nas redes sociais:
www.facebook.com/cnttloficial
www.twitter.com/cnttloficial
www.youtube.com/cnttl

Mídia

Filiados

Cobertura Especial

Canal CNTTL

+ Vídeos

Parceiros

Boletim Online

Nome:
Email: