Liderada
pela presidenta Dilma Rousseff, a bancada do governo federal
participará do Fórum Social Mundial Temático 2012 com três linhas
de ação e de discurso político. Vai negociar, tentando ampliar
consensos, as propostas que o Brasil levará à Rio+20. Defenderá a
posição que o governo adota contra a crise econômica global. E
venderá a principal bandeira da gestão atual o programa de
erradicação da miséria.
Apesar de o Fórum ter foco na Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), o encontro acontece tendo
como pano de fundo uma crise econômica internacional e, por isso, a
Secretaria acredita que o governo não pode deixar de abordar o
assunto. Sobretudo porque o Fórum sempre atrai a atenção de
militantes e ativistas políticos com interesses gerais, não apenas
temáticos.
A exemplo do que fizera o padrinho e antecessor em 2008 e 2009,
quando explodiu a crise financeira internacional que até hoje
produz consequências, Dilma toma decisões de enfrentamento da crise
privilegiando a geração de emprego e renda. É uma aposta no mercado
de consumo de massa que, há três anos, já se mostrou capaz de
proteger o país das turbulências externas. “Os governos Dilma e
Lula partem do pressuposto de que não se pode desestruturar a
parcela da população que vive do trabalho para combater os efeitos
da desestabilização econômica”, diz Diogo de Sant'Ana, assessor
especial Assuntos Internacionais da Secretaria Geral da
Presidência, Diogo Sant’Ana.
Economia
A postura brasileira contrasta com as saídas que estão sendo
aplicadas no epicentro da crise, a Europa, onde países com
problemas na dívida pública se inclinam para soluções ortodoxas -
corte de gastos e de direitos trabalhistas, redução de
salários.
A política econômica brasileira também deverá ser debatida pela
presidenta com chefes de Estado e governo e personalidades
internacionais que eventualmente participem do Fórum.
Segundo Sant’Ana, as ações de combate à miséria, incluindo
políticas de assistência social como o Bolsa Família e demais ações
integradas do programa Brasil Sem Miséria, entram na pauta por se
constituírem, muito mais do que programas específicos, em
diretrizes estruturantes do governo. “Queremos defender que não é
possível promover o desenvolvimento sustentável sem combater à
pobreza e garantir condições de vida dignas à população”,
acrescenta.
Com os olhos nestes dois pressupostos, o governo debaterá as
propostas brasileiras para a Rio+20, buscando aparar as arestas que
ainda encontram resistência na sociedade civil organizada. O texto
base com as propostas brasileiras foi enviado à Organização das
Nações Unidas (ONU) em novembro, como fizeram todos os países. Mas
o documento ainda estará sujeito a negociações até a abertura da
Conferência, em junho.
“Nós sabemos que temas polêmicos irão surgir durante o debate, mas
todas as conversas que mantivemos com o comitê organizador do
evento nos levam a acreditar que será possível construir este
consenso”, afirma Sant'Ana.
Segundo o diretor de Participação Popular da Secretaria Geral,
Pedro Pontual, a expectativa favorável à construção do consenso
está embasada no fato de que as propostas que constam no documento
oficial do governo brasileiro já vinham sendo largamente discutidas
com a sociedade civil.
“No ano passado, o governo participou de um processo de debates que
envolveu mais de 70 instituições e redes, convocado justamente para
construir este nível de consenso”, diz Pontual.
Consulte agora a programação do Fórum Social Temático 2012:http://www.fstematico2012.org.br/
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