Em encontro
nacional realizado na última quinta e sexta-feira (5 e 6) na sede
do Sindicato dos Empregados na Administração Portuária de Santos
(Sindaport), os portuários deliberaram por uma paralisação de
advertência de 24 horas no dia 8 de fevereiro. Caso o governo não
mostre disposição em negociar, uma greve por tempo indeterminado
será deflagrada a partir do dia 23 do mesmo mês.
Os
trabalhadores reivindicam do governo uma resolução ao impasse
gerado pela intervenção ao fundo Portus, o fundo de previdência
complementar dos trabalhadores portuários, que apresenta um rombo
de cerca de R$ 4 bilhões relacionado principalmente a falta de
fiscalização do governo e ao descumprimento das patrocinadoras
(entre elas a Codesp).
Com a intervenção não há o compromisso com o pagamento desta
dívida. Assim sendo, o governo estará penalizando os trabalhadores
que não têm recebido o repasse.
Assembleias
No dia 24 de
janeiro serão realizadas assembleias para comunicar aos
trabalhadores os rumos do movimento. Segundo o presidente da
Federação Nacional dos Portuários (FNP), Eduardo Guterra, o
intervalo entre a paralisação do dia 8 e a possível greve do dia 23
possibilita ao governo repensar esta política de intervenção.
"Antes da mobilização vamos buscar audiências com a Secretaria de
Portos (SEP), o Ministério da Previdência Social e a Secretaria
Geral da Presidência da República", comunica.
"O interventor fez um relatório que apontou três saídas para
resolver o problema. A intervenção está terminando (acaba dia 23 de
fevereiro) e não nos foi sinalizada qual medida será tomada para
resolver o problema. O Portus não precisa de dinheiro imediato e
sim de um cronograma de pagamentos. Mas esse compromisso tem de ser
assinado e cumprido, porque não dá para o presidente da República
dizer que tem de entrar com R$ 400 milhões e isso não ser
cumprido", afirma Guterra, referindo-se a um acordo firmado na
gestão do então presidente Lula pelo qual o governo se comprometeu
a pagar R$ 400 milhões. Até agora entraram somente R$ 250 milhões
na conta, segundo o sindicalista.
Acordo
Coletivo
Outro ponto
que pesou na decisão a favor da greve foi o fracasso na discussão
do acordo coletivo da categoria, que vencerá no mês de maio.
"Santos, Rio de Janeiro, Vitória, Salvador, Natal, Belém do Pará,
ninguém assinou. Nós queríamos o reajuste pelo INPC”, explica
Gutera, lembrando que o governo vetou algumas cláusulas que já
haviam sido negociadas com as companhias docas.
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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