Anna Hazare,
um famoso ativista anticorrupção de 74 anos, foi preso junto com
centenas de seguidores após ter iniciado uma greve de fome por
tempo indeterminado num local público. Apesar de ter sido liberado
na quarta-feira, 17, ele se recusa a deixar a prisão em Nova
Délhi. Com isso, os protestos em massa em favor de Hazare cresceram
em todo o país.
De acordo com
o assessor de Hazare, Manish Sisodia, o militante começou na
terça-feira, na prisão, uma greve de fome por tempo indeterminado.
Milhares de pessoas protestaram em favor de Hazare na quarta-feira
em Nova Délhi e outras cidades. Por pressão da oposição, o
primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, discursou no Parlamento
a respeito da situação.
Totalmente infundada
Primeiro-ministro
indiano, Manmohan Singh Singh criticou a greve de fome como
"totalmente infundada" e defendeu a posição de governo e a
prisão temporária de Hazare e cerca de 1.400 dos seus seguidores. O
primeiro-ministro disse que seu governo havia apresentado uma
legislação anticorrupção ao Parlamento e que Hazare questiona a
soberania da Câmara Legislativa ao exigir que a sua versão da lei
seja adotada. "A questão é saber quem redige a lei e quem a faz",
disse, adiantando que a legislação é "prerrogativa exclusiva" do
Parlamento. Singh teve de interromper o seu discurso por diversas
vezes sob vaias da oposição.
"É
dever do governo preservar a paz e a tranquilidade", continuou
Singh. Ele acrescentou que a polícia "não teve outra alternativa a
não ser a detenção, já que Hazare deixou claro que não iria se ater
aos requisitos estipulados para seu protesto". Hazare se recusou,
entre outras coisas, a limitar em somente três dias sua greve de
fome, planejada para ser realizada por tempo indeterminado num
parque em Nova Délhi, e a restringir seu número de seguidores.
Seguidor de
Gandhi
Com seu
protesto, Hazare já obrigou governo a negociar. O ativista tinha
apelado aos seus partidários em todo o país para se "manifestarem
para salvar a democracia na Índia". Seguidor dos ensinamentos de
Gandhi, ele já tinha levado o governo a negociar sobre a lei,
depois de ter feito uma greve de fome que contou com a adesão de
diversas pessoas. Ele se recusa agora a deixar a prisão enquanto as
autoridades não permitirem que ele faça greve de fome por tempo
indeterminado. "Ele continuará na prisão até ter permissão para
jejuar incondicionalmente", afirmou um advogado de
Hazare.
O
ativista considera insuficiente a lei levada pelo governo indiano
ao Parlamento no dia 4 de agosto. Um dos muitos pontos de discórdia
é se o primeiro-ministro e juízes devem também ficar sujeitos à
autoridade de uma nova e poderosa instituição de combate à
corrupção.
O
governo da Índia está sofrendo críticas há meses por causa de uma
série de escândalos de corrupção que chegaram até o nível
ministerial, incluindo, entre outras coisas, um escândalo
envolvendo casos de suborno na concessão de licenças de telefonia
celular, no qual o Estado perdeu bilhões de
dólares.
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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