O Dia Nacional de Luta da CUT e das
centrais sindicais, que se espalhou por outras 20 capitais, começou
em São Paulo na terça, dia 18, no vão livre do Masp. “A
presidenta Dilma foi eleita com um discurso de acabar com a miséria
até 2014 e a política social mais importante, com mais alcance, é a
valorização do salário mínimo. Por isso é necessário que o governo
receba as centrais e reabra o processo de negociação. Nossa
reivindicação é pela continuidade da política de ganho real, é
pelos R$ 580,00”, frisou Wagner Freitas, tesoureiro da CUT
(foto).
O presidente
nacional da CUT, Artur Henrique, condenou a postura da equipe
econômica que, desrespeitando o processo de diálogo construído ao
longo do governo Lula, “não chamou para negociar, o que é um
retrocesso”. “Estamos aqui reivindicando a valorização do salário
mínimo para R$ 580, que é um poderoso instrumento de distribuição
de renda, pois alcança 47 milhões de trabalhadores, aposentados e
pensionistas, e cobrando a imediata correção da tabela do Imposto
de Renda”, frisou.
Dados
Artur lembrou que 97% dos
sindicatos conquistaram aumento real no último período e uma parte
pulou de faixa de contribuição, fazendo com que o dinheiro a mais,
ganho pelo trabalhador, fique com o leão da Receita. “Queremos que
este dinheiro vá para o bolso do trabalhador, pois isto reverte em
consumo, com o comércio e a indústria vendendo mais, com a economia
andando pra frente”, enfatizou Artur.
O sindicalista rechaçou o argumento
do ministro Guido Mantega que alega que o problema para o aumento
do mínimo é a inflação. “É a agenda dos derrotados, do pessoal que
acha que tem de segurar a economia falando em redução de custo, em
diminuição do papel do Estado”. “Salário mínimo não é dificultador,
ele ajuda no combate à crise, como já ficou fartamente
demonstrado”, disse.
Para Antonio Neto, presidente da
Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), “a unidade das
centrais é para fazer com que o nosso país cresça aplicando uma
política de correção do salário mínimo, com ganhos reais, até
2023”. A diferença entre o salário de um juiz do Supremo Tribunal
Federal, de R$ 27 mil, e o de um trabalhador, atualmente de R$ 510,
é de 52 vezes, lembrou. “Quem perdeu as eleições quer pautar a
política econômica, abandonando a valorização conquistada durante o
governo Lula. Estamos aqui para dar uma força para a Dilma manter o
caminho acordado”, declarou Neto.
Centrais
O presidente da Força Sindical e
deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) disse que neste
início de governo “os burocratas estão dando muito trabalho, não
deixando ninguém chegar perto da presidente”. Paulinho também
reiterou a necessidade da abertura de negociação com o governo, mas
convocou os trabalhadores a continuarem mobilizados, para fazer
pressão em cima do Congresso Nacional e também do Judiciário, a fim
de fazerem suas reivindicações serem atendidas.
O presidente da Central dos
Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), conclamou as
centrais sindicais a continuarem unidas e mobilizadas para que seja
implementada a política vencedora nas últimas eleições, “e não seja
adotada a pauta dos derrotados, de arrocho salarial e Estado
mínimo”.
O secretário geral da União Geral
dos Trabalhadores (UGT), Canindé Pegado, defendeu que “é
inadmissível termos os salários vilipendiados, achatados”,
reiterando a necessidade da continuidade da política de ganhos
reais. Ao mesmo tempo Pegado lembrou que “desde 94 a tabela do
Imposto de Renda encontra-se defasada, o que faz com que milhares
de trabalhadores percam o seu poder de compra com as patadas do
leão da Receita”.
O presidente estadual da Nova
Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), Luiz Gonçalves, lembrou
que o aumento real do salário mínimo é o caminho para o
desenvolvimento com justiça social. Na contramão, frisou, está a
não correção da tabela do Imposto de Renda, que esfumaça o dinheiro
conquistado pelo trabalhador.
24: Dia Nacional dos
Aposentados
No próximo dia 24 de janeiro, Dia
dos Aposentados, as centrais voltam a realizar manifestações. Desta
vez com foco no aumento dos benefícios dos oito milhões de
aposentados e pensionistas que recebem acima do salário mínimo. “É
uma questão de justiça, de compromisso com a distribuição de
renda”, concluiu o presidente do Sindicato Nacional dos
Trabalhadores Aposentados e Pensionistas (Sintapi/CUT), Epitácio
Luiz Epaminondas (Luizão). No dia 30 de janeiro, o Sintapi também
realizará um novo ato em Aparecida do Norte.
Com informações da
CUT Nacional
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