Esta eleição
ficará na história como aquela em que houve maior parcialidade da
mídia nacional. Nem mesmo em 1989, quando a Rede Globo editou as
imagens do debate para favorecer Collor de Mello houve tamanho
comprometimento de setores da mídia com uma candidatura e a
tentativa de desconstruir outra.
Reportagens, fotografias, editoriais, textos
assinados e até cartas de leitores eram unânimes em discorrer
elogios a José Serra e atacar Dilma Rousseff. Por extensão atacaram
de todas as formas o governo Lula e numa inversão inédita da lógica
de dar visibilidade às opiniões divergentes da sociedade os 3% que,
segundo os institutos de pesquisas, consideram o governo ruim ou
péssimo ocupavam nestes veículos de comunicação o espaço que seria
razoável ser ocupado também pelos 83% que avaliam positivamente o
presidente e seu governo.
Criminosos com extensa ficha na polícia foram
guindados à condição de “empresários” e “consultores”, figuras
absolutamente anônimas defensores do obscurantismo e sem nenhuma
representatividade social, tiveram espaços nobres para discorrer
sobre suas idéias medievais. Notórios tucanos ou demistas eram
apresentados como “cientistas sociais”. TFP, Opus Dei e outros
celerados que chegaram a defender em passado recente a volta da
Monarquia, assessoravam o candidato tucano e tiveram espaços
significativos na nossa mídia que se pretende moderna e
democrática. Obscurantistas estes que, com certeza, convenceram
Serra a beijar a santa.
Tudo isso, sob o discurso
hipócrita da neutralidade que escondia o seu partidarismo,
explicitado somente pelo Estadão que, em editorial, admitiu a sua
preferência pelo candidato tucano. Jornal este que, para não deixar
dúvidas a respeito da sua postura antidemocrática demitiu a
articulista Maria Rita Khel que ousou questionar a desqualificação
do voto dos pobres que reiteradamente aquele jornal – e toda a
grande mídia – insistem em promover.
Num
dos piores momentos da campanha de baixíssimo nível de José Serra,
foi colocado no seu programa eleitoral cachorros ferozes
simbolizando a militância petista, desrespeitando mais de um milhão
de cidadãs e cidadãos brasileiros filiados a esta legenda, que
contribuíram e contribuem com sua militância voluntária para
construção de um país cada vez mais democrático, com inserção
soberana no mundo e com justiça social e econômica.
A imagem dos rottweiler, entretanto, é mais
apropriada para ilustrar o comportamento de alguns articulistas,
“analistas” e colaboradores da grande imprensa que – mais realistas
do que o rei – destilaram ódio contra o governo Lula, Dilma
Roussef, o PT, os aliados e as centenas de organizações sociais que
apoiaram a candidata petista.
Figuras patéticas como Demétrio Magnoli, Marco
Antonio Villa, Danusa Leão, Arnaldo Jabor, José Nêumanne Pinto,
Denis Rosenfeld, Boris Casoy, Marcelo Madureira,
Diogo Mainardi, Reinaldo Azevedo, só para citar os mais conhecidos,
parece que estabeleceram uma disputa pessoal para ver quem era o
mais troglodita da direita, descia ao nível mais baixo, espalhava
maior quantidade de calúnias, vociferava com mais virulência,
amplificava mais qualquer notícia negativa.
Não
se tratava de fazer análise política, nem mesmo de defender José
Serra, evidentemente o candidato de todos eles. O principal
objetivo era atacar Dilma e tudo aquilo que ela representa, seus
aliados e simpatizantes. É assim que aqueles indivíduos destilaram
ódios, evidenciaram o seu obscurantismo misógeno e medieval,
apresentando-se ao Brasil como “bestas-feras”, exemplos de
caluniadores e reacionários preconceituosos.
Articulistas estes que passavam ao largo dos
escândalos e desmandos tucanos. Que silenciaram sobre o caso
Alston, o Metrô, Paulo Preto, em São Paulo, a longa lista de
escândalos do governo tucano no Rio Grande do Sul e o mar de lama
do governo DEMO do Distrito Federal. Há que se chamar atenção,
ainda, para o fato de que, entre os poucos articulistas simpáticos
ao governo Lula, ao PT e aos movimentos sociais que têm espaço na
grande mídia, não existe um único que defenda suas idéias ou ataque
os adversários de forma tão desrespeitosa, tão baixa, tão
chula.
Devido aos cargos que ocupo, e por
hábito, leio todo o tipo de publicação, tanto da grande imprensa
como da imprensa alternativa, e tenho me deparado com as mais
diversas análises políticas, econômicas, sociais e culturais sobre
nosso país. A variedade de opiniões, sem sombra de dúvidas, é
salutar para a nossa democracia. Existem inúmeros articulistas
sérios que se opuseram ao governo Lula, ao PT, à sua candidata ou
que têm críticas ao movimento sindical e os movimentos sociais.
Essas críticas são bem vindas pois contribuem para mudanças de
rumos, de reflexão da política, da comparação de opiniões. Ao longo
da minha trajetória política mais de uma vez fui influenciado por
opiniões de articulistas ou analistas acerca de decisões políticas
que tive – e tenho – como dirigente partidário ou sindical. A
crítica qualificada e contundente, ainda que incomode à princípio,
contribui para nosso amadurecimento.
Não
é esse papel, entretanto, que exercem os citados
articulistas/colaboradores que se especializaram em não
reconhecerem um único acerto em um governo que - repito – têm mais
de 80% de aprovação da população brasileira. Articulistas que
optaram por dialogar unicamente com os 3% que acham o governo ruim
ou péssimo e que procuram de todas as formas maximizar os piores
preconceitos e ressentimentos desta minoria.
Em
2002, a “Esperança venceu o medo”, em 2010 vencemos o preconceito,
as calúnias, o ódio e o Brasil continuará no caminho da justiça
social, da verdadeira democracia e de sua inserção soberana no
mundo. Esses anões morais serão jogados na lata de lixo da história
e, no futuro servirão apenas como exemplos de mau jornalismo a
serem estudados pelos milhares de jovens que terão acesso à
universidade graças ao programas sociais dos governos petistas que
eles tanto combateram.
Acusam-nos de querermos
cercear a liberdade de imprensa, de sermos antidemocráticos.
Continuaremos - quer gostem ou não - a lutarmos pela democratização
dos meios de comunicação, pelo equilíbrio das informações, e do
espaço para o contraditório, pela busca da verdade e da
informação não distorcida. Continuaremos a lutar para que os meios
de comunicação deixem de ser um “Partido da Imprensa
Golpista”.
A ameaça que pesa sobre a grande
mídia nacional, entretanto, não é o controle social da mídia
proposta na Conferência Nacional de Comunicação. A ameaça que pesa
sobre estes conglomerados é a perda da credibilidade, o abandono
dos seus leitores, ouvintes e telespectadores.
Estou com a alma lavada, festejando
junto com o povo brasileiro que deu uma banana aos “formadores de
opinião” e optaram pela continuidade de um projeto político que
trabalha por um Brasil para todos os brasileiros.
Com informações da CUT Nacional.
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