A partir de
janeiro de 2011, o coordenador do Registro Nacional de Doares de
Medula Óssea (Redome) do Instituto Nacional de Câncer (Inca),
hematologista Luis Fernando Bouzas, espera colocar em funcionamento
um sistema de informática que permitirá o cadastramento de doadores
pela internet.
Hoje, o acesso é pelo e-mail
redome@inca.gov.br. O cadastro é feito por meio dos hemocentros. O
Redome está com telefone novo (21-3207 5238) desde o último dia 2.
Bouzas destacou a importância da atualização dos dados dos doadores
para o caso de eles serem chamados para fazer a doação de sangue a
pacientes compatíveis. O telefone serve para obter informações
sobre o processo e tirar dúvidas de pessoas interessadas em doar
medula óssea.
Já os pacientes que precisam buscar doador
são inscritos, via internet,
no Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (Rereme)
pelos seus médicos assistentes. Qualquer pessoa na faixa etária dos
18 aos 55 anos pode se inscrever como doadora de medula óssea. Para
tanto, em um primeiro momento, ela deve fornecer seus dados
pessoais e fazer a coleta de uma amostra de
sangue.
Isso permitirá ao Inca fazer testes que vão
determinar a característica genética desse doador. As informações
serão mantidas no banco de dados do Redome e cruzadas
posteriormente com os dados do paciente. O doador cadastrado poderá
ser chamado para fazer a doação até completar 60
anos.
Bouzas esclareceu que a coleta da medula
óssea não representa nenhum risco para o doador. “É um procedimento
seguro. O doador não sofre nenhum tipo de problema ou sequela. Não
é tirado nenhum pedaço dele, já que a medula óssea é aquele
material líquido, gelatinoso, parecido com o sangue, que tem dentro
dos ossos. Não tem nada a ver com a medula espinhal ou o sistema
nervoso central.”
O médico garantiu que a coleta é um
procedimento simples. Dentro de três ou quatro dias, o doador já
pode voltar às suas atividades normais. “Não há razão ficar com
medo. Mais de 50 mil transplantes são realizados por ano em todo o
mundo”. Ele lembrou que a doação de medula pode salvar vidas. “E a
gente conta com a solidariedade das pessoas para participar do
registro.”
A doação de medula óssea é vetada,
entretanto, às pessoas que tiveram ou têm doenças transmissíveis
pelo sangue, caso da hepatite B e C e da aids. Elas não podem ter
também nenhum tipo de câncer, doenças infecciosas ou ligadas à
medula óssea. Segundo Bouzas, há cerca de 70 doenças com indicação
para transplante de medula óssea. Entre elas, citou leucemias
agudas e crônicas, linfomas e doenças da medula óssea, como anemias
graves e congênitas.
De acordo com o Inca, 30% dos pacientes têm
um doador compatível na família que, em geral, é um irmão. Os
restantes 70% não possuem doador na família e dependem do doador
listado no Redome.
Com informações da Agência Brasil.
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