A Lei Maria da Penha completa sete anos
nesta quarta-feira, 7 de agosto. Considerada pela Organização
Nacional das Nações Unidas (ONU), uma das mais avançadas
legislações no combate à violência contra a mulher no mundo. A
Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que apurou a
omissão do Estado no enfrentamento desse tipo de violência,
percorreu 17 estados e o Distrito Federal e constatou que a lei
precisar ser corretamente aplicada e sugere quatro pequenas
alterações apresentadas em três Projetos de Lei, para que seja mais
eficaz.
A primeira alteração pede que o juiz se manifeste sobre a concessão
ou manutenção de medidas de proteção em caso de sentença
condenatória. “Em alguns casos é importante manter a medida de
proteção independente da condenação”, afirmou a senadora Ana Rita,
relatora da CPMI.
A outra determina a comunicação ao juiz, em até 24h, sobre o
encaminhamento da mulher vítima de violência a casas de abrigo para
que ele decida sobre a necessidade ou não de pedir medidas de
proteção contra o agressor. “Não queremos que a mulher vítima de
violência seja refém. Em alguns casos o juiz pode determinar a
prisão do agressor e a mulher continuar em sua casa e retomar,
minimamente, suas atividades normais”, defendeu Ana Rita.
Outra proposta altera a Lei Maria da Penha para definir que apenas
o juiz possa estipular fiança em caso de violência doméstica e
familiar contra a mulher. Hoje a autoridade policial pode
fazê-lo.
A última proposta apresentada pela CPMI impede a realização de
audiência ou qualquer ato oficial para inquirir se a vítima quer
renunciar ao processo contra o agressor.
De acordo com a senadora as medidas se somam aos esforços contidos
na legislação já existente para melhor amparar as mulheres vítimas
de violência. “A Lei Maria da Penha é uma conquista das mulheres
brasileiras e precisamos fazer com que seja aplicada de maneira
correta, evitando interpretações equivocadas e as sugestões de
aprimoramento vêm ao encontro do espírito em que a lei foi criada,
que é de garantia de direitos e proteção da mulher vítima de
violência”, disse.
98% da população dizem conhecer a lei
Dados divulgados pelo Instituto Patrícia Galvão e Data Popular
mostram que, após sete anos de vigência, 98% da população dizem
conhecer a lei. Ao fazer um balanço do período, a ministra Eleonora
Menicucci apontou a demora do Judiciário em expedir medidas
protetivas em favor das mulheres como um dos gargalos a ser
resolvido.
Ela lembrou que, em alguns casos, a medida para determinar que o
agressor se mantenha à distância da vítima é expedida quando a
mulher já foi agredida ou até morta. “A medida protetiva salva
mulheres. E eu conclamo todos os juízes a olhar com cuidado e
severidade, mas com determinação para a violência contra as
mulheres expedindo, o mais rápido possível, as medidas
protetivas”.
O integrante do CNJ, Ney José de Freitas avaliou que a redução da
violência contra a mulher é um longo processo por não se tratar
apenas de medidas legais, mas também de uma mudança de
comportamento. “Não é necessário apenas a alteração legislativa, é
necessário também uma mudança de comportamento. É um processo
de mudança demorado”.
Dados atualizados do Mapa da Violência 2012: Homicídio de Mulheres
no Brasil, apontam que é principalmente no ambiente doméstico que
ocorrem as situações de violência contra a mulher. A taxa de
ocorrência no ambiente doméstico é 71,8%, enquanto em vias públicas
é 15,6%.
A violência física contra a mulher é predominante (44,2%), seguida
da psicológica (20,8%) e da sexual (12,2%). No caso das vítimas que
têm entre 20 e 50 anos de idade, o parceiro é o principal agente da
violência física. Já nos casos em que as vítimas têm até nove anos
de idade e a partir dos 60 anos, os pais e filhos são,
respectivamente, os principais agressores, de acordo com dados do
Mapa da Violência.
Para a secretária de Segurança Pública do Ministério da Justiça,
Regina Miki, ainda há muito o que fortalecer no sistema de proteção
à mulher. Ela citou as delegacias especializadas como um dos pontos
a ser aprimorado. “A efetividade da lei caminha lenta. Não temos
delegacias especializadas em todo o país. Temos delegacias
especializadas que ficam fechadas nos finais de semana e à noite,
horários em que as mulheres mais precisam ter referências sobre
aonde ir”, disse.
Com
informações do PT no Senado e Agência
Brasil
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