A privatização dos Aeroportos de Galeão e
de Confins deverá abrir um rombo nos cofres da Empresa Brasileira
de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). O alerta é do próprio
presidente da Estatal, Gustavo do Vale, que definiu um arsenal de
medidas para contornar os efeitos da perda de receitas provenientes
dos dois aeroportos. Contratos com prestadores de serviços vão ser
renegociados e um programa de demissões voluntárias tem a previsão
de alcançar até 2,9 mil empregados.
Vale ilustra a nova era de "vacas magras" da Infraero, como ele
mesmo diz, com os últimos dados financeiros da estatal. Até abril
de 2012, quando nenhum grande aeroporto da rede havia sido
transferido à iniciativa privada, ela teve lucro operacional de R$
375 milhões no ano. Já no primeiro quadrimestre de 2013, com três
aeroportos - Guarulhos, Viracopos e Brasília - concedidos, o lucro
caiu para R$ 65 milhões. Ele chama atenção para o número realmente
impressionante: sem Galeão e Confins, o resultado teria se
revertido em um prejuízo de R$ 60 milhões. (Cerimônia de assinaturas das
concessões dos Aeroportos - Foto: Divulgação)
O momento mais crítico, para as contas da Infraero, ocorrerá a
partir do fim de 2014 ou do início de 2015. É que o leilão dos dois
aeroportos está previsto para outubro, mas levam-se vários meses
até a assinatura do contrato de concessão e a efetiva transferência
total das operações para os grupos privados. Somente depois disso
as receitas do Galeão e de Confins deixarão de ir para o caixa da
estatal. Por outro lado, os três primeiros aeroportos privatizados
ainda vão demorar mais algum tempo até render dividendos aos
acionistas, incluindo a própria Infraero - que preserva uma fatia
de 49% nas concessões.
Guarulhos, Viracopos e Brasília correspondiam a 36% das receitas da
Infraero. Agora, o Galeão e Confins significam 23% de toda a
arrecadação que restou.
"Sabíamos que viria um período de vacas magras pela frente",
reconhece Vale. Segundo ele, é "possível" que a Infraero tenha
prejuízo operacional já em 2013, mas lucros acumulados nos
exercícios anteriores "dão sustentação" ao custeio da estatal nos
próximos anos. A tendência da estatal é ficar mais dependente de
aportes do Tesouro. O último aporte, no valor de R$ 300 milhões,
saiu no dia 11 deste mês. Todo o dinheiro vai para a integralização
do capital das sociedades de propósito específico (SPEs) que detêm
as concessões dos aeroportos.
O Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC), de acordo com ele,
financiará os investimentos nas instalações mantidas pela Infraero.
Vale diz ter a garantia do Palácio do Planalto de que as obras nos
aeroportos mantidos com a empresa ficarão livres de
contingenciamento. "Não está faltando absolutamente nada. Não
teremos mais recursos próprios para fazer investimentos, mas os
recursos virão do FNAC."
Até o primeiro semestre de 2014, a Infraero promete concluir obras
de reforma e ampliação em dez aeroportos: Confins, Cuiabá,
Curitiba, Fortaleza, Florianópolis, Foz do Iguaçu, Galeão, Manaus,
Porto Alegre e Salvador. Algumas intervenções só ficarão
parcialmente prontas.
Para enfrentar o novo cenário, a Infraero já tem em mãos um
trabalho da Falconi Consultoria, que identificou ações para
aperfeiçoar a gestão da estatal. "A realização de investimentos só
dependerá da nossa própria capacidade de executá-los", diz
Vale.
Dos 31 mil funcionários que atuam nos aeroportos da Infraero, 13
mil são empregados diretos - o restante é terceirizado. A abertura
de um programa de demissões voluntárias, em agosto de 2012, recebeu
a adesão de 1.120 servidores até o dia 14 de junho. O número de
referência do programa - a diretoria da estatal evita o uso do
termo "meta" - é de 2,9 mil empregados.
Nos três primeiros aeroportos privatizados, um suculento pacote de
benefícios foi oferecido para quem quisesse sair dos quadros da
estatal para migrar às novas concessionárias, mas o volume de
adesão foi baixo. O pacote incluía um bônus por ano trabalhado na
Infraero e cinco anos de estabilidade nas empresas que assumiram a
administração dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília. No
entanto, apenas 695 saíram da estatal, o que corresponde a 27% dos
funcionários aptos a fazer essa escolha.
Para diminuir custos, a Infraero está substituindo terceirizados
por empregados próprios em algumas funções. Também iniciou um
processo de cessão de servidores a órgãos que atuam em atividades
de inspeção nos aeroportos, como a Receita Federal e a Anvisa. Em
abril, o governo definiu que a liberação de cargas passaria a
funcionar 24 horas por dia, o que exigiu um reforço de pessoal.
Para aumentar receitas, outra iniciativa da Infraero é negociar com
a Secretaria de Aviação Civil uma espécie de ressarcimento que
cubra suas despesas com navegação aérea. O controle de tráfego
aéreo é exercido principalmente pelo Comando da Aeronáutica, mas a
estatal tem atuação complementar. Ela dispõe de 81 unidades de
apoio de navegação, 13 centros de controle de aproximação e
gerencia 22 torres de controle nos aeroportos. Essas são atividades
deficitárias, segundo Vale, e não havia grande dificuldade em
mantê-las enquanto a Infraero tinha mais receitas. Agora, convém
negociar um repasse para remunerar esses serviços e reverter uma
fonte de prejuízos, diz o executivo. Privatização provoca rombo nas
contas, diz presidente da Infraero.
Para aumentar as receitas, outra iniciativa da Infraero é negociar
com a Secretaria de Aviação Civil uma espécie de ressarcimento que
cubra suas despesas com navegação aérea. O controle de tráfego
aéreo é exercido principalmente pelo Comando da Aeronáutica, mas a
estatal tem atuação complementar. Ela dispõe de 81 unidades de
apoio de navegação, 13 centros de controle de aproximação e
gerencia 22 torres de controle nos aeroportos. Essas são atividades
deficitárias, segundo Vale, e não havia grande dificuldade em
mantê-las enquanto a Infraero tinha mais receitas. Agora, convém
negociar um repasse para remunerar esses serviços e reverter uma
fonte de prejuízos, diz o executivo.
Com informações do
SINA
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