Na avaliação
da médica Jurema Werneck, diretora da ONG Criola e doutora em
Comunicação e Cultura pela UFRJ, a mídia ainda trata a mulher negra
“como não-sujeito” reforçando estereótipos. “Somos expostas como
vítimas, perpetradoras de tragédias, ou como veículos
[transmissores] da tragédia: mãe, esposa ou irmã de assassinos”,
alerta ela, que já integrou a Comissão Julgadora do concurso em
2012. (Jornalista,
Antonieta de Barros - Foto: Divulgação)
Para a coordenadora do Prêmio Abdias e da Comissão de Jornalistas
pela Igualdade Racial (Cojira-Rio), Sandra Martins, romper esse
cenário exige da imprensa brasileira reportagens bem apuradas, com
dados estatísticos e pluralidade de fontes que promovam a reflexão
sobre a situação das mulheres negras no país e suas questões.
Segundo ela, mesmo quando reportagens são feitas em uma perspectiva
positiva, estas mulheres ficam de fora.
“Quando o tema é o Dia da Mulher e a pauta mostra várias
conquistas, a mulher negra brasileira, sua luta por direitos
humanos e seu protagonismo são muitas vezes invisibilizados. Porém,
quando o viés é o do serviço inadequado, ou o da vítima, ela é
mostrada. Mas, desta vez, preferencialmente com cabelos
desalinhados e sinais de dificuldades financeiras, uma abordagem
negativa", avalia Sandra.
Sobre Antonieta de Barros
Entre as sete categorias do Prêmio Nacional Abdias Nascimento, o
prêmio Especial de Gênero ganhou o nome de Antonieta de Barros para
homenagear uma jornalista negra de merecido destaque. Nascida no
início do século XX, em Santa Catarina, Antonieta rompeu fronteiras
e se tornou a primeira mulher negra a assumir um mandato popular no
Brasil, eleita deputada estadual duas vezes pelo voto direto.
Para o primeiro mandato, Antonieta foi eleita em 1935, um ano
depois de as mulheres conquistarem o direito ao voto. Filha de uma
lavadeira e orfã de pai, se destacou como jornalista e escritora.
Articulista em vários periódicos de Florianópolis, fundou e dirigiu
ainda jovem os jornais A semana (1922- 1927) e a Vida Ilhôa
(1930).
Suas crônicas difundiram ideias sobre a condição feminina e
denúncias do preconceito racial. Nessa época, ela adotou o
pseudônimo Maria da Ilha, como qual escreveu crônicas para os
jornais “República” e “O Estado” (1929 e 1952).
No campo político, seguiu um programa dedicado à melhoria do ensino
e à criação de concursos para professores, bem como bolsas de
estudo para cursos superiores. Incansável na reivindicação por
educação, alfabetizou, em sua própria casa, dezenas de crianças
pobres, incentivando sempre o hábito da leitura.
O Prêmio Jornalista Abdias Nascimento também recebe inscrições nas
categorias: Mídia Impressa, Televisão, Rádio, Internet, Mídia
alternativa ou comunitária. Acesse o regulamento:
www.premioabdiasnascimento.org.br. As inscrições ficarão abertas
até 31 de julho em sete categorias, entre as quais a Especial de
Gênero Jornalista Antonieta de Barros.
Com informações Agência de Boa
Notícia
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