Roberto Parizotti/CUT
Jornada semanal delas em casa é de 10 horas a mais em relação à dos homens. Incluído o emprego formal, diferença é de três horas. No total, ambos trabalham mais de 50 horas por semana.
O tempo dedicado a cuidados de pessoas e afazeres domésticos foi
em média de 16,7 horas por semana em 2016, mas no caso das mulheres
chega a quase 21 horas (20,9), praticamente uma meia jornada
adicional em relação às 44 horas semanais legais. No caso dos
homens, a média é bem menor, de 11,1 horas a mais. Os dados,
divulgados hoje (7), são da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE.
Os ocupados gastam 14,1 horas semanais nessas atividades, em média,
enquanto os não ocupados dedicam 19,9 horas. Entre as mulheres
cônjuges, 95,6% realizaram afazeres domésticos em 2016. Como
definição de "cuidados de pessoas", o IBGE lista alimentar, dar
banho, levar à escola e brincar, entre outras tarefas. No ano
passado, 135,5 milhões de pessoas (81,3% de população) de 14 anos
ou mais realizaram afazeres domésticos em seu próprio domicílio ou
de um parente: 89,8% no caso das mulheres e 71,9% dos homens.
Considerados o tempo dedicado ao emprego mais as atividades
domésticas, a diferença é de praticamente 3 horas a mais (2,9) para
as mulheres. Aquelas que são empregadas gastam, em média, 54,4
horas semanais, período que inclui o trabalho formal, afazeres
domésticos e cuidado com pessoas. Os homens, com período maior no
trabalho formal, têm jornada semanal total de 51,5 horas.
Os serviços mostram a continuação da discrepância entre a atividade
masculina e feminina. Segundo o IBGE, a tarefa "preparar ou servir
alimentos, arrumar a mesa ou lavar louça" é feita por 95,7% das
mulheres e executada por apenas 58,5% dos homens. Já a tarefa
"cuidar da limpeza ou manutenção de roupas e sapatos" é realizada
por 90,8% das mulheres e 55,7% dos homens.
"Em todas as categorias de cor ou raça, as mulheres realizam mais
afazeres domésticos e cuidados de pessoas do que os homens", diz o
instituto, que também registra diferença entre brancas (89,1%
realizaram essas atividades), pretas (90,9%) e pardas
(90,3%).
Ainda segundo a pesquisa, no ano passado 10,5 milhões de pessoas
(6,3% da população a partir de 14 anos) fizeram algum tipo de
trabalho na produção de bens para o próprio consumo, como cultivo,
pesca, caça e criação de animais. E 6,5 milhões (3,9%) fizeram
trabalho voluntário.
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