Fórum Social Mundial: movimentos repudiam pacotes econômicos e ataques a direitos

Organizações destacam em assembleia que medidas de austeridade são uma maneira de o capitalismo manter exploração com uma nova face


Publicação: 30/03/2015
Imagem de Fórum Social Mundial: movimentos repudiam pacotes econômicos e ataques a direitos

Foto: Leandro Severo

Os movimentos sindical e sociais que integram o Fórum Social Mundial em Túnis, na Tunísia, promoveram uma assembleia na sexta-feira (27) para apresentar uma agenda comum de lutas contra o capitalismo, o imperialismo e todas as formas de opressão.

Desde Belém e passando por Tunísia e Senegal, a atividade tem sido um dos mais importantes espaços de convivência dos movimentos para construir ações concretas que vão além da reflexão do dia a dia das organizações, conforme destacou o diretor Executivo da CUT, Rogério Pantoja.

Em sua intervenção, o dirigente defendeu a autonomia para organização sindical em todo o mundo.

“Lutamos pela liberdade de organização dos sindicatos e movimentos sociais e denunciamos a criminalização e o assassinato de ativistas, jornalistas e juventude, assim como a criminalização das nossas lutas. Movimentos sociais, avancemos para a unidade global para desconstruir o sistema capitalista”, conclamou.

O encontro no anfiteatro da faculdade de Direito de El Manar ocorreu sem a presença de tradutores voluntários, que suspenderam as atividades e organizaram uma greve por conta da falta de pagamento de ajuda de custo, transporte e alimentação.

Prova de que o Fórum não produz reflexão e luta somente para fora, mas também internamente.

A carta

Com o título “Os povos unidos jamais serão vencidos”, a carta dos movimentos sociais evidenciou que vivemos tempos de lutas transnacionais contra organizações globais.

Na divulgação do documento, uma mesa com paridade de gênero e raça tratou da crise do capitalismo, da luta das mulheres, repudiou as guerras e tratou dos impactos dos avanços imperialistas para o clima.

A Assembleia dos Movimentos Sociais convocou também para mobilizações unificadas em todo o mundo.

As primeiras delas, uma série de ações da 4ª Marcha Mundial de Mulheres, que acontecerá entre março e outubro deste ano.

Em 18 de abril, acontecerá um dia de ação global contra tratados de livre comércio como forma de denunciar que o aquecimento global é resultado de um sistema capitalista de produção, distribuição e consumismo.

O encontro apontou também para a semana de luta contra o capitalismo com ações coordenadas entre 17 e 27 de outubro.

Entre novembro e dezembro de 2015, em Paris, junto com a COP 21 (Conferência do Clima), os movimentos promoverão atos para fechar um ano que deve ser marcado pela mobilização em defesa da justiça climática.

Outros pontos

A Assembleia dos Movimentos Sociais refirmou a luta contra o agravamento da crise profunda do capitalismo em que empresas transnacionais, bancos e conglomerados midiáticos ajudam os governos neoliberais a expandir uma política intervencionista e neocolonialista.

Citou que guerras, ocupações militares, tratados neoliberais de livre comércio e políticas de austeridade se traduzem em pacotes econômicos que privatizam os bens comuns, como a água, a terra, o ar, as sementes e os recursos minerais, além dos serviços públicos. O resultado disso é o rebaixamento de salários, violação de direitos, aumento do desemprego, a sobrecarga das mulheres no trabalho e na responsabilidade familiar.

Isso resulta no aumento das migrações, retirada de povos de seus territórios, endividamento e desigualdade sociais.

A imposição da economia verde como solução falsa do meio ambiente e da crise alimentar, somente agrava o problema, ressalta o documento. Os povos que não são responsáveis por essa crise e não devem pagar por ela, destaca o texto que ainda defende não haver solução possível no seio do sistema capitalismo.

A globalização, definiram os movimentos, deve ser fundamentada na solidariedade e na liberdade de circulação para todos os seres humanos. Assim como a agricultura familiar é a solução verdadeira para a crise alimentar e climática e significa também acesso a terra para aqueles que nela trabalham.

Os movimentos repudiam também a violência exercida contra as mulheres nos territórios ocupados e também a criminalização por participarem de lutas sociais. Ao mesmo tempo, defendem a liberdade sexual, a auto determinação de gênero e a luta contra a homofobia e violência sexista.

Ressaltam ainda a necessidade de lutar pela democratização dos meios de comunicação de massa e pela construção de meios alternativos fundamentais para reverter a lógica capitalista.

Por fim, reforçam a solidariedade aos povos do mundo que fazem a luta cotidiana contra imperialismo e o colonialismo e citam países que são ou foram recentemente palcos de luta pela liberdade e a democracia como a própria Tunísia e Palestina, Curdistão, Síria, Iraque, Líbia, Grécia, Espanha, Burquina Faso, Mali, Congo, África Central e Saara Ocidental.

Da CUT 



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