“O movimento sindical deve interagir com os trabalhadores em diferentes espaços”, defende Vagner Freitas

O presidente da CUT propõe formas de politizar a ação sindical


Publicação: 13/11/2014
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Foto: Roberto Parizotti

Se quiser ter relevância e ampliar sua representatividade, o movimento sindical deve, mesmo, passar a interagir com os trabalhadores e trabalhadoras em diferentes aspectos da vida deles, inclusive fora do horário de trabalho. E procurar sempre associar as questões trabalhistas – salário, carga horária, saúde e segurança – aos temas políticos mais gerais que estão em pauta na sociedade. A opinião é de Vagner Freitas, presidente da CUT, ao comentar os argumentos que Lula apresentou ontem, durante a reunião da Executiva Nacional Ampliada da Central.

“O que o Lula falou, corretamente, é que muitas vezes os sindicatos deixam de se empoderar, de se apropriar, das transformações sociais que eles mesmos ajudaram a construir”, comenta o presidente da CUT. “As políticas públicas que estão sendo postas em prática nos últimos 12 anos não são uma criação do Lula ou da Dilma, mas sim a aplicação de ideias e propostas que a CUT e o PT vêm formulando ao longo das últimas três décadas e aperfeiçoando por intermédio de nossa atuação em espaços como conselhos de participação social. Precisamos defender esse legado e sempre debater com a base essa relação”.

Politizar

Para Vagner, uma oportunidade para fazer essa associação entre os interesses imediatos das categorias e o debate político amplo se dá na mais tradicional e corriqueira tarefa sindical: a busca por aumento de salário.

“Nesses últimos anos, foi possível conquistar aumento acima da inflação para a grande maioria das categorias. Quando se fecha um acordo como esse, não basta apenas destacar a ‘vitória do sindicato’ no jornal. É preciso argumentar que, num quadro de desemprego bastante baixo, o patrão não consegue recorrer ao exército de reserva, ou seja, aos desempregados, como forma de amedrontar o trabalhador empregado e, assim, impedir o aumento. Observe, só com isso já se pode iniciar uma discussão política profunda”, comenta o presidente.

Sem esquivas

“E dirigente sindical também não pode se esquivar”, diz. “Quando surgem denúncias contra os partidos de esquerda, não é hora de se esconder. Tem de entrar no debate. Tem de ir ao local de trabalho e discutir o assunto. Senão, com o tempo, a única pergunta que o trabalhador vai fazer ao dirigente é: ‘Quando o sindicato vai arranjar aumento pra gente?’”.

Firmar parcerias

Firmar parcerias diretas com governos progressistas ou com políticas públicas de cunho social, acredita Vagner, também pode ser uma forma de divulgar e defender a gênese e o legado das conquistas recentes, ao mesmo tempo em que se politizam os trabalhadores. Ele cita dois exemplos concretos. “O Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre firmou um convênio direto com o programa Minha Casa Minha Vida, para o trabalhador da base, caso queira, se inscrever no programa através de sua entidade sindical. E isso passa a fazer parte das campanhas salariais deles”, anuncia. “Já o Sindicato dos Bancários de São Paulo conseguiu conquistar, em acordo coletivo, o direito de sua base de ter o cartão Vale Cultura”, completa Vagner.

Num exercício de imaginação para saber outras formas de chegar aos trabalhadores e trabalhadoras fora do horário de serviço, Vagner aponta alguns caminhos. “Por que não nossos sindicatos firmarem parcerias com universidades para estabelecer um calendário de debates? Por exemplo: seminário sobre atividade sindical voltado a estudantes de Direito ou Jornalismo, como atividade extracurricular”, aponta. E ainda: “Firmar convênio direto com as prefeituras para discutir e propor soluções para o transporte coletivo, desde a política mais ampla até intervenções pontuais como a criação de uma linha de ônibus ou a alteração de um itinerário para atender trabalhadores de um determinado bairro ou mesmo empresa”.

Vagner vai mais longe e propõe parcerias com entidades como a CUFA (Central Única das Favelas), que tem base física e política nas principais e maiores favelas do Brasil, ou com as igrejas. “Você se aproxima do trabalhador e da trabalhadora no momento em que eles não estão na lida, e sim na vida”, sintetiza.

Da CUT



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