CUT/SP divulga nota de repúdio à ação truculenta da PM contra sem-teto

Para Central, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) trata falta de moradia como caso de polícia


Publicação: 18/09/2014
Imagem de CUT/SP divulga nota de repúdio à ação truculenta da PM contra sem-teto

Foto: divulgação

A CUT São Paulo repudia a violência cometida pela Tropa de Choque da Polícia Militar de São Paulo contra os moradores sem-teto na manhã dessa terça (16). Os militantes ocupavam há cerca de seis meses um edifício de 20 andares do antigo e abandonado Hotel Aquarius, na Avenida São João, no centro da capital paulista. A reintegração foi determinada pela juíza da 25ª Vara Cível do Foro Central, Maria Fernanda Belli.

As lideranças das 205 pessoas que estavam no local explicam que os objetos lançados pelos moradores aconteceram após o arremesso de bombas de gás lacrimogêneo dentro do prédio, às 7h11, que partiu dos policiais e seguiu até às 9h.

O centro da capital foi tomado pela PM como se estivéssemos num cenário de guerra com o uso de balas de borracha, spray de pimenta, gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral, ação que nos faz recordar a ação violenta da polícia militar do Estado de São Paulo em junho do ano passado, durante as mobilizações pacíficas, e a reintegração do Pinheirinho, em janeiro de 2012.

A Central critica a falta de diálogo e a criminalização dos movimentos sociais pelo governo do PSDB de São Paulo, que agiu com truculência em uma ocupação onde havia, inclusive, crianças de colo e idosos. A pressão social por moradia, saúde, educação e direito de greve não deve ser confundida com a tática de violência e depredação do patrimônio que não são características dos que lutam por uma sociedade melhor.

Responsabilizamos o governador Geraldo Alckmin pelas medidas cometidas no centro da capital. Mais do que nunca, é preciso rever a postura adotada frente às lutas por mais direitos humanos. Acreditamos que não é o uso desproporcional da força que resolverá questões cruciais que afetam a população, como é caso da moradia.

São Paulo, 17 de setembro de 2014.

Direção da CUT São Paulo 
 



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