Quem foi ao dia 1º de Maio Latino-Americano da
CUT no Memorial da América Latina no sábado “Todos unidos pela
integração regional, trabalho decente, contra o neoliberalismo,
comemorado no sábado, curtiu um dia especial com uma variedade de
atividades culturais. Comidas típicas de 11 países
latino-americanos, exposições de artesanato da AL, lançamentos de
livros de autores do mundo do trabalho e shows de artistas
renomados e admirados, como Milton Nascimento, Carlinhos Brown,
Raíces de América e Fernando Ferrer emocionaram e contagiaram o
público.
O evento cultural da CUT abriu com um ato inter-religioso que
reuniu lideranças de todas as religiões. Circularam durante as
atividades culturais promovidas no Memorial da América Latina cerca
25 mil pessoas.“Estou bastante emocionado e feliz com a realização
deste grande show cultural e de interação com as Centrais Sindicais
dos 20 países da América Latina. Nós brasileiros temos uma pauta
comum com os companheiros latino-americanos, como o trabalho
decente e o combate ao neoliberalismo”, disse o presidente da
CUT-SP, Adi dos Santos Lima.
Ato político
Apesar da grande cautela que permeou quase todos os discursos, o
ato político do 1º de Maio da CUT na capital paulista foi marcado
por uma retrospectiva dos sete anos de governo Lula e pela defesa
da eleição de Dilma Rousseff. A cautela deve-se à lei eleitoral.
Somente o secretário de relações internacionais Adolfo “Fito”
Aguirre, da Central dos Trabalhadores Argentinos, e o presidente da
CSA (Confederação Sindical dos Trabalhadores das Américas), Victor
Baez, fizeram menção explícita à eleição de Dilma Rousseff,
pré-candidata à Presidência da República. Os demais, incluindo
Lula, foram implícitos. Coube ao público presente o coro de “Dilma,
Dilma”, em diferentes momentos.
Lula fechou o ato com uma fala emocionada, que incluiu lágrimas ao
dizer que “fomos leais àquilo que nos comprometemos quando
assumimos o governo”.
Antes dele, o presidente nacional da CUT, Artur Henrique, lançou
oficialmente a “Plataforma da CUT para as Eleições 2010”, lembrando
que o documento, que traz mais de 200 propostas, “é resultado do
esforço coletivo de sindicatos, federações e confederações que
discutiram durante dois anos ideias para garantir os avanços dos
últimos anos e aprofundar as conquistas”. Em retrospectiva, lembrou
que “há 10 anos, quando fazíamos nossos atos do 1º de Maio,
discutíamos sempre o que fazer para deter o desemprego, o arrocho
salarial, a retirada de direitos, as privatizações. Hoje, podemos
debater uma agenda positiva, podemos entregar essa Plataforma com
propostas de avanços. Nosso maior objetivo agora é impedir o
retrocesso e continuar mudando o Brasil”, afirmou Artur.
Geração recorde de empregos
Aloizio Mercadante, senador e pré-candidato ao governo de São
Paulo, abriu sua fala com o dado de que 657 mil empregos foram
criados nos últimos três meses, “a maior média da história do
Brasil”. Em referência indireta ao pré-candidato José Serra,
ex-governador do estado, que recentemente criticou o Mercosul,
Mercadante afirmou que “o que queremos é uma América Latina rica,
uma parceria estratégica fundamental para o Brasil e para a
região”. Lembrou ainda que a era tucana em São Paulo produziu,
entre outras coisas, uma média de 2 horas e 43 minutos de
engarrafamento diário para cada motorista da cidade, e filas
imensas nas estações de trens e metrô. “E os professores, que
trabalham com giz, são tratados com borrachadas e
cassetetes”.
Dilma Rousseff afirmou que o 1º de Maio é um momento propício para
“olhar para o passado e ver se os compromissos assumidos foram
cumpridos. Nosso governo tem conduzido o Brasil a um cenário em que
mais de 21 milhões de pessoas saíram da miséria, através de
instrumentos de distribuição de renda”. Sobre política
internacional, afirmou que o País deixou “de estar de joelhos
diante das potências do Hemisfério Norte e tem se inserido de
maneira soberana nas relações políticas e
econômicas”.
Lula fechou o ato. Lembrando que o tema do 1º de Maio deste ano é a
integração latino-americana, aproveitou para atacar a política
externa do período tucano. “Com a Alca, eles queriam simplesmente
acoplar a nossa região ao domínio tecnológico dos Estados Unidos.
Nós já tínhamos a experiência da área de livre comércio entre
México, Estados Unidos e Canadá”. Em seguida, destacou que
atualmente a América Latina é a maior parceira comercial do
Brasil.
“Eles só viajavam para Londres, Paris, Washington, Nova Iorque. Não
sabiam que a beleza desse nosso povo é a mistura de negro, índio e
europeu. Essa salada de frutas é nossa
riqueza”.
Dirigindo-se à imprensa, lembrou que, em seu programa de governo de
2003, havia menção à necessidade de criar mais de 10 milhões de
empregos. “Me cobravam o tempo todo, como se eu tivesse prometido
criar todos aqueles postos de trabalho. Não era uma promessa, era
uma constatação da necessidade que tínhamos. Pois então, só por
desaforo, até o final deste mandato vamos criar mais de 14 milhões
de empregos com carteira assinada”.
Adi dos Santos Lima, presidente da CUT-SP, organizadora da
celebração, afirmou que “nosso 1º de Maio dialoga com as centrais
de 20 países da região, pois temos uma agenda comum pelo trabalho
decente. Debatemos este e outros temas com cultura, música e arte”,
concluiu.
Com informações de Isaias Dalle, assessor de imprensa da CUT
Nacional (confira a cobertura completa no portal da
CUT: www.cut.org.br)
Viviane Barbosa – Assessora de Imprensa do 1º de Maio da CUT
2010
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