Em diversas
cidades, o debate sobre a democratização dos meios de comunicação
pautou os atos que tomaram as ruas. Para Pedro Ekman, do
Intervozes, “o entendimento que se começa a ter do problema é que
ele não se refere só aos políticos, mas também ao monopólio da
comunicação, pois o povo que não se vê representado pelos políticos
também não se vê representado pela mídia”. A CNTT-CUT aprova as
manifestações pacíficas que deram voz ao País e manifesta o seu
apoio ao projeto de iniciativa popular pela democratização da
comunicação, considerado essencial para o Brasil. Recentemente a
CUT realizou uma coleta de assinaturas pela democratização da mídia
para pressionar o Congresso Nacional para que essas propostas da
medida avançassem, além de ampliar o debate e informar a população
sobre a importância do tema. Confira a seguir um artigo publicado
pela Carta Maior, na quinta-feira, dia 5 de julho, sobre um dos
temas que foram pautados durante as manifestações espalhadas pelo
Brasil. (Por uma mídia democrática - Foto:
Divulgação)
"Quem participou dos atos públicos ocorridos no mês de junho, que
iniciaram criticando o aumento da passagem de ônibus e passaram a
falar de quase tudo, puderam observar algumas iniciativas
individuais, espontâneas e esporádicas de se falar do monopólio das
comunicações e das tentativas de manipulação da opinião pública por
parte da mídia. Conforme o sentimento crescia em meio aos
manifestantes, tomou-se a iniciativa de articular essa insatisfação
e transformar a dispersão em força transformadora.
Em São Paulo, no dia 25 de junho, diversas entidades se organizaram
e conseguiram reunir cerca de 300 pessoa no vão do Museu de Arte de
São Paulo (MASP) para discutir democratização da comunicação. Na
avaliação de Pedro Ekman, do Intervozes, a “Assembléia Popular
Temática – Democracia na Mídia” deixou evidente que “o entendimento
que se começa a ter do problema é que ele não se refere só aos
políticos, mas também ao monopólio da comunicação, pois o povo que
não se vê representado pelos políticos também não se vê
representado pela mídia”.
O evento, realizado mesmo debaixo de chuva, conseguiu discutir o
apoio ao Projeto de lei da Mídia Democrática, a universalização da
banda larga, o esforço pela aprovação do marco civil da internet,
com garantia da neutralidade de rede, a política de concessões de
TV e rádio para políticos, a tentativa de manipulação dos protestos
pela velha mídia, a garantia de acessibilidade plena às pessoas com
deficiência auditiva e visual, além do fim do “jabá” e do controle
externo do ECAD.
Como desdobramento da Assembléia Popular Temática será realizada
uma aula pública no dia 3 de julho (quarta) que terá como temas “o
monopólio na mídia e a democracia brasileira”, “a Internet livre e
para todos” e “a cobertura da mídia das mobilizações
populares”.
Distrito Federal
Em Brasília a organização partiu de outro evento, a “Assembléia dos
Povos do DF”, que reuniu centenas de ativistas no dia 23 de junho.
A mídia e a comunicação foram apontados como prioridade de atuação
e foi programado um ato público para a tarde do dia 28 (sexta) que
manifestasse a crítica ao monopólio da comunicação e à violência
policial.
Segundo a jornalista e militante Raquel Lasalvia que participou da
manifestação, “marcamos uma posição, expressando que esse levante
das ruas também é contra a mídia brasileira, que é bastante
concentrada, e tem a Globo como representante maior deste
monopólio”.
Dentro do eixo de mídia e comunicação, a Assembléia dos Povos do DF
definiu suas pautas prioritárias que são a democratização da mídia
e da internet, o fim da criminalização do exercício do direito à
comunicação e “fora Paulo Bernardo”. A próxima reunião desse grupo
está marcado para o dia 6 de julho (sábado), às 14h.
Espirito Santo
Em Vitória, no Espírito Santo a Assembléia Popular organizou um ato
em frente à TV Gazeta com cerce de 3 mil pessoas “por conta da
forma como a mídia vem tratando as manifestações”, explica Karina
Moura, do Centro de Comunicação e Cultura Popular Olho da Rua. A
empresa teria feito uma cobertura tendenciosa dos atos públicos. Na
mesma semana, a TV Educativa do Espírito Santo teria editado uma
entrevista do professor Vítor Gentilli, da Universidade Federal do
Espírito Santo (UFES), retirando sua crítica aos meios de
comunicação.
Os manifestantes na Assembléia Popular do Espírito Santo definiram
uma lista de principais reivindicações em que constam “criar
mecanismo de comunicação que contemple as comunidades com acesso a
informações via banda larga” e “ a não criminalização dos
movimentos sociais”.
Minas Gerais
A Assembleia Popular Horizontal em Belo Horizonte organizou um
grupo temático sobre “Democratização da Mídia” que discutiu no dia
25 (terça) propostas a serem trabalhadas durante os atos públicos.
Entre as questões que vem sendo discutidas se destacaram o apoio à
campanha Para Expressar a Liberdade, o Passe Livre Digital (um
plano metropolitano de banda larga, que garanta o acesso de todos à
internet grátis e de qualidade), auditoria e transparência das
empresas de comunicação social que prestam serviço para o estado, a
criação de um Conselho Municipal de Comunicação Social e um
Conselho Estadual de Comunicação Social, a neutralidade da rede (no
contexto do Marco Civil da Internet) e uma abordagem positiva da
Democratização da Comunicação nas manifestações e Assembleias.
Rio de Janeiro
Um ato público deve ser realizado também em frente à TV Globo no
Jardim Botânico no próximo dia 5 (sexta), no Rio de Janeiro. A
Frente Ampla pela Liberdade de Expressão (Fale Rio) se articula
para realizar uma assembléia popular temática na capital carioca,
porém não tem data nem local definidos até o momento".
Com infomações da Carta Maior
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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